‘É como se fosse um pesadelo’, diz Elizeu Freitas. Ele a esposa trabalhavam em uma escola à noite e deixaram o emprego.
Após ter sido preso por engano ao ser confundido com um membro de facção, o estudante de engenharia florestal Elizeu Freitas, de 24 anos, que atuava como professor no Programa Quero ler em Cruzeiro do Sul, pediu demissão. Ele e a esposa resolveram sair do emprego por medo de continuar, pois as aulas eram durante a noite.
Freitas foi preso pela Polícia Militar no dia 26 de outubro. O G1 entrou em contato novamente com a assessoria do 6º Batalhão da Polícia Militar e foi informado que ainda não há uma resposta para o caso e que ainda estão apurando se os procedimentos tomados foram corretos. A assessoria garantiu que assim que possível vai se posicionar.
Após a prisão, Freitas disse que viu a vida mudar de uma hora para outra. “Mudou totalmente, né? Pedimos demissão por medo mesmo, como teve repercussão, a gente vê o pessoal falando. A gente anda assustado quando vê uma moto parada, a gente fica trancado direto. É como se fosse um pesadelo. Não tenho nenhuma ligação com organização criminosa, nem passagem pela polícia, nunca tive envolvimento com isso”, reforça.
Uma semana depois do episódio, ele ainda teme sair de casa. “A gente já tinha medo antes, depois disso a gente não teve mais coragem de trabalhar à noite, porque é muito perigoso. A minha mãe queria que eu saísse da faculdade, eu tô quase concluindo o curso”, diz.
Freitas conta que tudo começou quando ele foi abordado pela PM ao chegar na casa da tia e, ao informar o nome e onde morava, foi confundido com um bandido procurado pela polícia.
“Eles invadiram a casa da minha tia, sem permissão, perguntando por arma, droga. Me algemaram, eu só queria saber o que estava acontecendo, mandaram eu calar a boca. Na delegacia foi pior, disseram que eu usava nome falso, que eu ia passar de 3, 4 anos presos, me bateram, ameaçaram. Ainda tô tentando entender, ainda não caiu a ficha”, lamentou.