Deam tem mais de 7 mil inquéritos abertos em Rio Branco. 25 de novembro foi escolhido como o ‘Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher’
Infelizmente, a violência contra a mulher é um dos assuntos mais constantes nos noticiários. O Acre é o quarto estado no país com mais casos de violência contra a mulher. Na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Rio Branco, são sete mil inquéritos abertos. Já a Vara de Proteção à Mulher recebe por mês 300 processos na capital.
Foi penando nisso que o grupo Rede Amazônica lançou uma campanha na TV e também nas redes sociais chamada ‘‘aproximar muda tudo’’.
O objetivo é encorajar as mulheres vítimas a denunciarem os agressores. Além da Deam, existe também um centro de referência que desenvolve vários trabalhos de assistência jurídica e também psicológica às vítimas de agressão.
O Brasil registrou um estupro a cada 11 minutos em 2015, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Cerca de 70% dessas vítimas são adolescentes.
Um outro dado revela que 85% da população acredita que mulheres que denunciam seus parceiros correm riscos de sofrer assassinato. Na capital acreana, as ocorrências mais frequentes são as de ameaça e agressão.
“A vítima é encaminhada para conversar com o delegado e é informado a ela o direito das medidas, que é o agressor sair do lar e para ele não se aproximar dela. Além de outras que o delegado vai analisar se cabem”, explica a delegada Kelcinaira Mesquita.
Muitas das vítimas não denunciam por medo, ainda assim na Deam há sete mil inquéritos abertos. Para a delegada, o medo não pode falar mais alto. Existem diversas maneiras e formas de se denunciar o agressor.
“Pode ligar para o 180 ou 190 também para fazer uma denúncia. Nos casos de crimes de lesão corporal leve, a família que souber e a vítima não quiser comparecer à delegacia, pode vir. A gente vai instaurar o procedimento e encaminhar os policiais para investigar a situação”, explica.
25 de novembro foi escolhido como o ‘Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher’. A Casa Rosa Mulher, que é o centro de referência à mulheres em situação de violência, desenvolve trabalhos para ajudar as vítimas de agressão, como assistência jurídica e psicológica.
“São 16 dias de uma programação que acontece anualmente e ela é nacional. Nessa ação são desenvolvidas várias atividades no sentido de chamar a atenção para essa questão da violência. Então, várias entidades estão participando – desde o Ministério Público até as secretarias municipais e estaduais”, explica a coordenadora da Casa Rosa, Nádia França.
No Brasil também existe a Lei Maria da Penha em vigor há mais de dez anos. Ela garante a proteção das mulheres contra qualquer tipo de violência doméstica, seja ela física, psicológica, patrimonial ou moral.