Jorge Mendes vai cumprir pena inicialmente em regime semiaberto. Vigilante Raimundo Araújo foi morto em um balneário no Quixadá, no dia 24 de julho de 2016.
Após um novo julgamento, nesta terça-feira (28), o sargento da Polícia Militar Jorge Weston de Andrade Mendes, de 39 anos, foi condenado com uma pena definitiva de sete anos de prisão. Mendes atirou e matou o vigilante Raimundo Carlos da Costa de Araújo, de 37 anos, em um balneário em 2016. O júri ocorreu na na 2ª Vara do Tribunal do Júri, na Cidade da Justiça, em Rio Branco.
A Polícia Militar (PM-AC) informou que não vai se pronunciar sobre o caso. O G1 entrou em contato com o advogado de Mendes que deve se posicionar posteriormente sobre o caso.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Mendes deve cumprir a pena no regime inicial semiaberto. Ao G1, o irmão de Araújo, Paulo André, disse que a família conseguiu um dos objetivos principais que foi tirar o homicídio privilegiado por injusta agressão da vítima.
No entanto, André disse que a família ficou insatisfeita com o resultado, pois Mendes vai manter o emprego e ter porte de arma. Ele teme que ele e outros familiares acabem passando por situações constrangedoras ao encontrarem com ele em alguma ocorrência policial.
“Durante a noite ele vai dormir em um batalhão qualquer e de dia vai ficar trabalhando. Imagina se em uma blitz ou ocorrência em que eu ou outro familiar precise de ajuda e vai que ele atende? Para nós é uma situação muito constrangedora manter ele como policial. Estamos avaliando essa situação e se vamos recorrer quanto a isso”, disse.
Entenda o caso
O vigilante Raimundo Carlos Costa de Araújo, de 37 anos, foi morto em um balneário de Rio Branco no dia 24 de julho de 2016. De acordo com a PM, em matéria publicada no G1 no dia do crime, o sargento teria chamado a esposa da vítima para dançar, gerando uma discussão e o vigilante teria reagido e dado um soco nele. Após a briga, o homem foi alvejado com os disparos.
Uma testemunha que estava no local e não quis se identificar contou que Araújo não teria dado um soco no sargento e que o policial estava alterado e teria mexido com a mulher da vítima. Ao ser preso, a PM informou que o acusado não apresentava sinais de embriaguez.
Um grupo de vigilantes chegou a fazer uma manifestação contra a morte de Araújo. Os colegas de trabalho se reuniram em frente ao Sindicato dos Vigilantes, na Avenida Ceará, um dia após o crime.