Em carta anônima, jovem foi chamada de ‘caboca [sic] e imunda’. Autor da carta pode ser expulso da universidade.
A Universidade Federal do Acre (Ufac) usou o perfil oficial da instituição no Facebook para repudiar o ato de racismo registrado no canpus Floresta, em Cruzeiro do Sul, na última semana.
A estudante do 2º período de pedagogia, Kethyla Taiane, recebeu uma carta anônima com ofensas racistas por ser descendente de indígenas da etnia Araras.
“Expressa com veemência o repúdio a qualquer atitude racista e machista que ocorra na sociedade, em especial dentro das dependências desta instituição. Desta forma, nos solidarizamos com a discente do curso de pedagogia de Cruzeiro do Sul, Kethyla Taiane Shawanava de Almeida que na quarta-feira,18, foi vítima de racismo através de carta anônima dentro das dependências do campus. Nesse sentido, a Universidade tomará às medidas legais cabíveis”, diz a nota.
Em entrevista ao G1 na sexta-feira (20), a coordenação do curso já havia informado que um processo http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo deve ser aberto e que o autor da carta pode ser expulso da universidade.
A carta foi deixada durante o intervalo de aula entre as coisas da estudante.“Não sei quem teve a brilhante ideia de misturar pessoas normais com índios. Porque raça nojenta é essa. Observamos que os professores todos gostam de você, deve ser por ter pena. (…) Tira a tua máscara garota. Deixa de ser essa caboca [sic] nojenta e imunda que tu é”, diz um trecho da carta.
O texto também contém outros ataques e o autor diz que quer que a garota desista do curso. A Polícia Federal está investigando o caso.
A carta continua dizendo que a estudante tem um inimigo no curso e que o objetivo é que ela desista de estudar. “Vai tomar caiçuma e ter uns 11 meninos na aldeia. (…) Deixa de ocupar uma vaga que poderia ser de outra pessoa. (…) Saiba que tem um grande inimigo aqui, que vai infernizar até tu desistir. Espero que se toque. Beijos de luz, caboca [sic] nojenta”, finaliza a carta.
Os pais da menina se disseram perplexos com a situação. Alguns alunos e direção de escola que a menina frequentou na cidade também usaram as redes sociais para se solidarizarem com a estudante.