Decreto de situação de emergência, assinado pelo governo acreano no dia 25 de agosto, foi reconhecido pelo governo federal nesta quarta (4). Ato facilita execução de ações nos municípios afetados.
O governo federal reconheceu, nesta quarta-feira (4), o decreto de situação de emergência em três cidades acreanas: Rio Branco, Brasileia e Porto Acre. O reconhecimento da União facilita a captação de recursos para o Estado executar ações que amenizem as consequências da longa e severa estiagem que afeta o Acre desde agosto.
O decreto foi assinado pelo governo no dia 25 de agosto. Segundo o Executivo, a medida seguia orientações da Defesa Civil Estadual e de vários órgãos ambientais, relacionadas as consequências que a falta de chuvas podia trazer à população. Esta é a segunda maior seca que afeta o estado.
Carlos Batista, coordenador da Defesa Civil Estadual, explicou que o ato da União garante que as ações adotadas sejam mais ágeis e que serviços podem ser contratados com menor burocracia.
“Encaminhamos à Defesa Civil Nacional nosso plano detalhado de respostas para assistir a população dessas três cidades. Nele, consta a solicitação de recursos complementares”.
Batista afirma que o governo federal vai liberar os recursos extras, mas ainda não há uma previsão de data. Até lá, segundo ele, o Estado terá que aguardar. “A solicitação se refere a ações de abastecimento, por meio de carros-pipa, para fornecer água potável nos três municípios. Os recursos extras vão reforçar ainda mais as ações que o governo do estado já desenvolve”, enfatiza o coordenador.
Nível Rio Acre
O Rio Acre, que corta praticamente todo o estado, é o principal meio de captação, tratamento e distribuição de água na maioria das cidades. Nesta quarta-feira, o nível do manancial em Rio Branco chegou a 1,95 metro.
Já na cidade de Brasileia, a média registrada do Rio Acre nesta quarta foi de apenas 1,34 metro. A medição na cidade de Porto Acre não é feita.
Seca no Bujari
A cidade do Bujari, interior do Acre, passa por uma das maiores crises hídricas de sua história. Há quase 100 dias não chove o suficiente para que o abastecimento no município seja garantido à população.
O reservatório de água da cidade, que tem o tamanho de 20 campos de futebol, está completamente vazio.
Com a situação crítica, o Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa) adotou medidas para que a cidade não fique sem água. A cada 24 horas, quatro caminhões pipas com capacidade de 20 mil litros saem da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Rio Branco para o Bujari. Apesar da medida, a operação garante o abastecimento para apenas 25% da cidade.