Empresários reclamam de novo aumento. Este é o segundo aumento em menos de um mês.
Marciano Moreira usa duas botijas de gás pra fazer os lanches que vende em uma pracinha de Rio Branco. Uma na chapa de pão, que ele troca a cada 15 dias e outra na chapa que assa os ingredientes que vão dentro do pão – essa ele muda de 7 dias.
E a notícia de um novo aumento no preço do gás não foi visto com bons olhos. “Não é boa notícia, porque o lucro já ta pouco, aí com o aumento a gente já sente a diferença”, diz.
O reajuste anunciado pela Petrobrás é de 12,9%, o segundo em menos de 1 mês. Agora a informação é que se esse aumento for repassado ao consumidor final, o preço da botija de 13 kg, por exemplo, deve aumentar 5,1%, um aumento de pouco mais de R$ 3.
Atualmente, Moreira paga R$ 70 em cada botija e pode passar a pagar entre R$ 73 e R$ 75 reais, Com a entrega, o valor pode chegar a R$ 79 ou R$ 80.
Mas, ele diz que, se o aumento chegar mesmo nas revendas, vai tentar dar um jeito de não repassar o reajuste aos clientes.
“Tentar espremer cada vez mais, cortar alguma coisa que ainda puder. Porque se for repassar pro cliente, ele se afasta também”, diz.
Os donos de bares e restaurantes também vivem essa difícil realidade. O presidente da Associação de Bares e Restaurantes do Acre, Júnior Paulo diz que cada empresário analisa como deve lidar com os constantes aumentos.
“Praticamente 10% do que acontece dentro da cozinha precisa de gás e o que a gente percebeu é que desde 2015 não tinham reajustes, mas, do início do ano pra cá, já tiveram 3 reajustes. E tem algumas empresas que repassam mesmo”, explica.
Quem precisa comer fora de casa é que não gosta mesmo de ouvir falar nesses aumentos. Como a Francisca Audilee, que é cabeleireira e estuda psicologia. Ela janta todos os dias na faculdade e já se preocupa de como esse novo aumento vai interferir no seu orçamento.
“Eu tô comendo uma refeição. Se aumentar, vou ter que comer uma coisa mais barata. Não vai dar mais pra comer aqui”, conta.
O policial militar Cledir Pacífico diz que tem sofrido para controlar os gastos com tanto aumento. “A gente já anda se espremendo. Foi energia e alta do gás de cozinha. Não sei se vai dar pra tirar de outra coisa, mas a gente tem que se espremer pra se adequar ao novo modelo de consumo, infelizmente”, finaliza.