Jovem alega que policiais erraram ao consultar o número da placa dela. ‘Prenderam ela, mas não houve desacato’, diz tia.
A estudante Leila da Silva, de 22 anos, foi levada à Delegacia de Cruzeiro do Sul acusada de desacatar policiais militares durante uma abordagem quando voltava da faculdade na manhã desta quinta-feira (5) na sua moto.
A jovem, que é deficiente auditiva, não estava com a CNH e, ao ser abordada, passou a se dirigir aos policias com palavrões, segundo a guarnição. Ela foi algemada e conduzida à delegacia.
Eliente Silva, tia da jovem, diz a jovem tem deficiência auditiva e acusa os policiais de terem errado ao fazerem a consulta da placa da moto. Leila prestou depoimento na Delegacia e foi liberada.
“Os policiais anotaram o número da placa da moto errado e prenderam. Depois viram que a documentação da moto estava em dia. Ela só não portava carteira de habilitação. Prenderam ela, mas, não houve desacato. Minha sobrinha tem necessidade especial”, disse a tia.
Em seu depoimento, a estudante disse que os palavrões não foram direcionados aos policiais, mas sim, a uma amiga que estava ao telefone com ela. Pois, ela acreditava que o documento realmente estava atrasado.
“Após esse diálogo, um policial se aproximou e disse que tinha ouvido o que eu tinha falado e seria presa por desacato. Um deles disse que o que ela falasse constaria como desacato”, disse a jovem.
O advogado da jovem José Valter Martins disse que os policiais agiram de maneira absurda. “Para mim, os policiais agiram com arbitrariedade. Ela pode até ter falado alguma coisa, mas a condução de uma moça indefesa com uso de alguma é uma coisa extrema. Ela prestou depoimento e nega que tenha se referido aos policiais”, disse.
Martins disse ainda que vai resolver a denúncia de desacato e depois deve mover uma ação de danos morais e abuso de autoridade contra os agentes.
Ao G1, a Polícia Militar confirmou que houve equívoco quanto a consulta da placa da moto, que o atendente do Ciosp entendeu os dados errado e que a jovem foi presa por desacato e não portar a CNH.