Hospital Santa Juliana, em Rio Branco, afirmou que é a única unidade de saúde filantrópica com 60% de atendimentos do SUS. Secretaria de Saúde do Acre afirma que vai se pronunciar ainda nesta quinta (19).
O Hospital Santa Juliana, em Rio Branco, decidiu suspender por tempo indeterminado as cirurgias cardíacas que eram feitas no local por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O motivo para a suspensão são atrasos nos pagamentos à unidade que não foram feitos pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
A unidade de saúde afirmou que é a única habilitada para fazer cirurgias de alta complexidade no estado e o único filantrópico com 60% de atendimentos do SUS. As cirurgias cardíacas foram todas canceladas. Em um documento, endereçado a todas as paróquias e assinado pelo bispo Dom Joaquin Pertinez, a Diocese de Rio Branco afirma que é inviável continuar realizando os procedimentos.
Ao G1, a Sesacre informou que deve se posicionar sobre o caso ainda nesta quinta (19).
O documento, datado de quarta-feira (18), diz que as cirurgias cardíacas foram canceladas desde o dia 9 de outubro, assim como exames de cintilografia, densitometria e litotripsia. A carta do Conselho Presbiterial da Diocese de Rio Branco afirma que o “Hospital Santa Juliana não pode continuar financiando o Estado”.
“O governo não acenou com nenhuma possibilidade de pagamento até agora. Isso não ocorre pela primeira vez, não é a primeira vez que falta o pagamento nem que as cirurgias precisam ser suspensas. Se não se faz o repasse, não temos como pagar funcionários nem fornecedores”, disse o padre Jairo Coelho.
O conselho afirma ainda, que a situação ocorre há anos e que várias vezes fornecedores de materiais cirúrgicos, anestesistas e cirurgiões se negaram a realizar o serviço se não recebem por ele. A Diocese destaca que houve tentativas de diálogo, mas sem nenhum resultado por parte do Governo do Acre.
A direção lamenta a medida e afirma que o hospital não pode ser responsabilizado por nenhuma morte ou prejuízo de vidas humanas que possam ocorrer diante do impasse. Coelho diz que nesta quinta (9) deve ser feita uma reunião para definir o que a Diocese de Rio Branco deve fazer a partir de agora.
“Os pacientes são atendidos via SUS, mas não temos como continuar. Infelizmente não temos muito o que fazer e nesse momento é a Sesacre quem precisa resolver a situação. O hospital não pode arcar com essas despesas pelo governo”, lamenta o padre.