“O problema é que o Brasil está tão acostumado com a polarização que quando tem um posicionamento que não está sob o guarda-chuva vermelho ou o azul, as pessoas preferem dizer que não é um posicionamento”, diz ela, em entrevista à BBC Brasil em Londres, uma de suas paradas de seu tour pela Europa.
Marina assegura que manifestou sua opinião sobre todos os temas que pautaram o debate político – que defende com veemência a Lava Jato, que foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff, que não houve “golpe”, mas que preferia a cassação da chapa Dilma-Temer.
Ela desconversa ao ser questionada sobre quando dirá se voltará a se candidatar a presidente no ano que vem (“logo, logo”, diz), mas prevê uma eleição “cheia de candidatos” e uma tendência de “se aprofundar a violência e a mentira na campanha”.
A ex-senadora poupa de críticas mais duras o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – de quem foi ministra -, e chama o deputado Jair Bolsonaro de “populista”.
“Acho que quando você sinaliza para a sociedade que pode resolver as coisas a qualquer custo, a qualquer preço, como se isso fosse apenas uma questão de força, isso tem um viés populista muito forte. Não acredito nas coisas que são resolvidas de forma violenta, excludente”, diz.
Para Marina, o Congresso tem dificuldade em cassar seus integrantes por “corporativismo” e várias legendas de diferentes espectros políticos se unem para “salvar a própria pele”.
“Aqueles que nunca se juntaram para defender saúde, educação, segurança pública, infraestrutura, agora estão unidos para evitar a punição dos crimes que cometeram”, diz, citando o PT, PMDB, PSDB e DEM.
Evangélica, defende o Estado laico. Ambientalista, diz que os céticos em relação ao aquecimento global são minoria e deveriam adotar o princípio da precaução para evitar que o homem destrua a natureza.