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Hospital de Saúde Mental não faz agendamento de consultas há quase um mês

Quem precisa fazer consultas no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), em Rio Branco, tem ficado na mão. O serviço de agendamentos da unidade de saúde está há quase um mês sem funcionar, o que tem prejudicado o tratamento de pacientes que fazem acompanhamento psiquiátrico.


Procurada para esclarecer o problema, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) não emitiu nenhum posicionamento sobre o assunto. Enquanto isso, usuários da unidade estão sem conseguir pegar medicamentos, já que as receitas especiais somente são emitidas pelos médicos do Hosmac, o que tem fica inviável sem os agendamentos.


Esposa de um dos pacientes, Maria de Fátima Alencar, de 47 anos, diz estar cansada de ir ao hospital e não conseguir agendar a consulta do marido. Ela reclama que o problema se arrasta por quase um mês e que quando vai reclamar ainda é mal tratada por servidores. A mulher pensa em procurar o Ministério Público do Acre (MP/AC).


“Eu já estou cansada de ir lá no Hosmac e a desculpa é sempre que o sistema está fora porque a internet está ruim. É um absurdo! Se o hospital não serve para funcionar, mandem fechar ou corrijam o problema, mas deixar os pacientes nessa situação é muito grave. Quando a gente reclama, mandam procurar a imprensa”, reclama.


A advogada Rafaela Silva, de 29 anos, cujo pai faz tratamento no hospital, diz que a situação é bastante grave. Além da falta de psiquiatras, alguns medicamento receitados estão indisponíveis na farmácia do hospital e nem sempre estão à venda nas drogarias de Rio Branco. Ela alega que o Hosmac só dispõe de clinico-geral no atendimento ambulatorial.


“Não dá para entender como um hospital psiquiátrico só tem clínico-geral. De verdade, eu não sei o que está acontecendo. Será que o secretário de Atenção à Saúde não fiscaliza as unidades? Porque pelo que sei essa é a obrigação dele. Desde que comecei esse tratamento com meu pai, já fui na secretaria umas dez vezes. Já é bem o terceiro secretário lá”, diz indignada.


O secretário adjunto de Atenção à Saúde, Raicri Barros, já chegou a comentar a situação “caótica” de Hospital de Saúde Mental. Isso aconteceu após o MP/AC pedir a interdição total da unidade de saúde. Na época, pacientes estavam dormindo no chão ou em camas sem lençol. Outras diversas queixas foram feitas, mas, até agora, pouco se vê em melhorias.


A situação, segundo contou uma servidora do hospital, é bastante crítica no local. Ela diz que o hospital sofre com a falta de atenção da Sesacre e alerta que os trabalhadores do local já foram informados que em breve a unidade hospitalar será fechada em definitivo, o que, na opinião dela, vai causar ainda mais problemas no setor.


“O que a gente vê diariamente é esses pacientes dopados. Aqui na frente realmente só tem clínico-geral. Até que os médicos se esforçam, mas sem ajuda necessária é muito difícil. As autoridades precisam olhar para cá. O que nos dizem é que aqui vai fechar, só isso. Mas e se fecharem, para onde essas pessoas vão?”, questionada a funcionária do Hosmac.


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