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Em quatro anos, o Brasil registrou mais vítimas de mortes violentas intencionais que a Guerra da Síria

No Acre, 92% dos presos têm associação como o tráfico de drogas; jovens correspondem a 53% do total de mortos em 2015

O narcotráfico será tema do Encontro de Governadores do Brasil, que ocorre no Acre dia 27 de outubro. Participam do evento, além dos governadores da Bolívia, Peru e Colômbia, a Presidência da República e diversos outros órgãos como Supremo Tribunal Federal, Senado, Câmara Federal, ministérios da Integração, Defesa, Meio Ambiente e Justiça, além do Conselho dos Tribunais de Justiça do Brasil e forças de segurança.


Em 2016, o Brasil gastou 372 bilhões com custo da violência. Isso representa 6% do PIB. Em 2017, a União gastou R$8 bilhões na Segurança Pública (Policiamento; Defesa Civil; Informação e Inteligência; e demais subfunções) para o Brasil todo. Enquanto, os nove Estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Maranhão e Pará) gastaram R$ 10,9 bilhões.


Segundo o governador Tião Viana, no Acre, 92% dos presos tem associação como o tráfico de drogas. “um número muito alto”, afirmou Viana. Durante o evento, que ocorre pela primeira vez no Acre, a intenção é que o Governo Federal anuncie investimentos para que os Estados possam se estruturar no combate ao tráfico.


Mortes violentas


Para o governador, o tráfico de drogas é o maior problema do Brasil, que reflete diretamente nos índices de violência e mortes. Segundo o Atlas da Violência de 2017, de 2011 a 2015, o Brasil registrou mais vítimas de mortes violentas intencionais (279.567) que a Guerra da Síria no mesmo período (256.124).


Os jovens (de 15 a 29 anos) correspondem a mais da metade (53%) do total de mortos em 2015. Foram 31.264 pessoas mortas na faixa etária. “os jovens são os principais alvos do tráfico, cada vez mais cedo entram neste mundo onde são oferecidas diversas ‘facilidades’, mas eles não são informados que muito provavelmente morrerão antes dos 29 anos; não podemos mais dizer que é uma crise da educação, essa discussão ficou para trás, temos vagas sobrando nas escolas, estamos vivendo uma crise de valores”, disse Viana.


De acordo com o ONU, o Brasil é uma das principais rotas do narcotráfico, o principal país de onde a droga chega na Europa, no período de 2010 a 2015. Os países que seguem são Colômbia, Peru, Equador, República Dominicana, Argentina e Venezuela.


O Brasil é o segundo consumidor de cocaína, segundo a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), organismo das Nações Unidas, em um estudo referente ao ano de 2015.


Em 2015, a estimativa era de que no Brasil existia 2,7 milhões de usuários, movimentando R$ 5,69 bilhões. Em todo o país existia, no mesmo ano, 609.935 usuários de cocaína, 284.996 usuários de alucinógenos (como ecstasy e LSD) e 142.483 de crack.


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