Casa de Silma Fernandes, de 34 anos, foi incendiada na noite de quinta (19) e filhos conseguiram sair do local após pularem a cerca. Marido foi preso, segundo ela.
A empregada doméstica Silma Fernandes, de 34 anos, relata os momentos de terror que viveu na última quinta-feira (19) após ter a casa incendiada pelo próprio marido, no bairro Vila Acre, em Rio Branco.
Ela conta que ela e a filha, de 15 anos, foram agredidas pelo homem que chegou em casa bêbado, por volta de 23h, e que saiu para registrar uma queixa contra ele. O homem aproveitou esse momento para trancar os cinco filhos dentro da casa, três meninas e dois meninos entre 8 e 15 anos, e atear fogo no local.
“Queria matar as crianças todas dentro da casa. Disse que ia matar os meninos dentro de casa, mas eles conseguiram sair. Só Deus mesmo para eles conseguirem sair, porque ele trancou o portão. Meus filhos pularam a cerca e conseguiram sair. Ficaram na casa da minha vizinha”, lembra.
Silma diz que o marido já havia ameaçado cometer o crime e afirmou que amarraria ela e todos os filhos dentro de casa e atearia fogo. O motivo seria o fim do relacionamento.
Segundo ela, os dois estavam separados há algumas semanas, mas o ex queria que ela saísse da casa e permaneceu morando em um dos três quartos do local.
“Ele estava bêbado e a gente já estava separado fazia umas semanas. Ele disse que não ia sair da casa, queria que eu saísse com meus cinco filhos. Nós não discutimos, ele chegou em casa na quinta (19) e veio para cima de mim. Começou a me agredir, partiu para cima do meu filho, me bateu e saiu, chamei a polícia e já fui registrar a queixa”, lembra.
Após chegar da delegacia onde foi registrar a queixa contra o marido por violência doméstica, Silma entrou em pânico ao encontrar a casa em chamas. “Quando voltei os bombeiros já estavam na minha casa e minha casa que tinha pegado fogo totalmente”, conta.
Os abusos do marido, segundo ela, eram frequentes. Ele passava alguns meses sem bater nela, mas quando bebia a situação mudava. O homem foi preso e encaminhado ao presídio, segundo a esposa. “O que importa é que não aconteceu nada com meus filhos. Foi um livramento que Deus deu na minha vida”, finaliza.
Campanha
Após o caso, alguns amigos e conhecidos iniciaram uma campanha nas redes sociais para ajudar a família. A campanha quer arrecadar alimentos, roupas, móveis e outros mantimentos.
Ao G1, a empregada doméstica Silma Fernandes confirmou que já recebeu colchões e alimentos. Ela disse que foi cedida uma casa para ela morar com os filhos até construir a residência dela.
O Corpo de Bombeiros do Acre também está mobilizado em ajudar a família. O soldado Lívio Veras Júnior é instrutor no curso Bombeiro Mirim e dá aula para um dos filhos de Silma. Ele contou que a corporação emitiu uma nota para tentar arrecadar mantimentos e até dinheiro. Ele acrescentou que vários colegas já levaram objetos e utensílios para a família.