Com medo de assalto, sindicato diz que taxistas evitam trabalhar durante a noite em Rio Branco

Sindicato diz que mais um taxista foi assaltado na noite de domingo (22) e que categoria trabalha com medo. Esperidião Teixeira diz que taxistas não aceitam mais corridas em alguns bairros.


Com medo de assaltos, os taxistas evitam trabalhar no período noturno em Rio Branco. Nesta segunda-feira (23), o tesoureiro do Sindicato dos Taxistas do Acre, Teonísio Machado, relatou que mais um trabalhador foi vítima de criminosos que pediram uma corrida no bairro Floresta e em seguida anunciaram o assalto. A dupla rendeu os taxistas e levou os objetos pessoais.


Um taxista teve o carro roubado, no último sábado (21), após receber a solicitação de uma corrida até a Vila do Incra, na cidade de Porto Acre. Os suspeitos, três homens e uma mulher, anunciaram o assalto e tentaram colocar o homem no porta-malas. Pouco tempo depois, o veículo capotou várias vezes e ficou destruído. As quatro pessoas abandonaram o local e fugiram.


Devido aos casos cada vez mais recorrentes, o presidente do sindicato, Esperidião Teixeira, afirma que os trabalhadores não aceitam mais corridas durante a noite para bairros como Caladinho, Seis de Agosto, Cidade do Povo, Taquari e Cabreúva. Ele destaca ainda que há trabalhadores honestos nesses locais, mas a incidência de assaltos nas regiões é alta.


“É insustentável a situação como está e vivemos o clima de muita insegurança. Em alguns bairros a noite ninguém [taxistas] confirma mais, não adianta chamar que não vai. A pessoa confirma a corrida e os caras fecham a rua, jogam a arma em cima e não tem o que fazer. A partir daí vira refém, o carro é usado para cometer crimes, as vezes o taxista fica amarrado dentro do bagageiro como aconteceu várias vezes”, relata.


Teixeira conta ainda que os taxistas ficam com medo de registrar o boletim de ocorrência e identificar o criminoso temendo ser perseguido e ameaçado. O presidente diz que o número é tão alto que o sindicato já até perdeu as estatísticas de assaltos diários.


“A situação é extremamente grave. O próprio sindicato percebe que não existe uma linha de investigação, a polícia não tem muito o que fazer. A onda de violência saiu do controle, a gente sabe que a polícia tem boa vontade, mas a situação é complicada”, afirma.


Outro problema, segundo Teixeira, é que muitas vezes os criminosos atraem os taxista quando eles estão em supermercados. Ele conta que os assaltantes pedem uma corrida do mercado até algum lugar ou bairro afastado e anunciam o assalto.


“Se a pessoa entra no banco do passageiro com um canivete não tem o que que fazer. Quando a pessoa está em um supermercado ela não imagina que vá correr esse risco levando as pessoas. Não temos como filtrar isso, saber se as pessoas estão armadas, se são criminosas ou não”, destaca.


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