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Com despesa mensal de R$ 5 mil, ONG que resgata animais encerra atividades em Cruzeiro do Sul

‘Vamos abrir os portões e colocar 20 animais de volta às ruas’, diz ativista. ‘Amor Vira-lata’ existe desde 2013 e atendeu cerca de 300 animais.


Mesmo com várias ações para tentar custear os resgates de animais em Cruzeiro do Sul, a ONG Amor Vira-lata não conseguiu incentivos e anunciou o fim das atividades nesta sexta-feira (6) através do perfil no Facebook.


Desde o início do ano passado, as ativistas têm sofrido com a falta de doações e também incentivo do poder público.


Desde 2013, o grupo resgata animais de rua, tratam e disponibilizam para adoção. Em pouco mais de três anos, cerca de 300 animais passaram pelo abrigo. Atualmente com 22 animais ainda no local, a médica veterinária Mayara Leal, que faz parte da ONG, diz que não tem mais como manter os gastos.


São despesas como aluguel, pagamento de um funcionário, compra de medicamento e alimentação.


“Não queríamos tomar essa decisão. Porém, nos últimos meses, as coisas ficaram complicadas. Algumas pessoas que colaboravam com a ONG mudaram para outras cidades. O poder público nunca ajudou com nada. Desde de janeiro estamos evitando tomar essa decisão”, diz Mayara.


Entre os cachorros, dois são deficientes e devem ser adotados pela médica veterinária. Ela lamentou o fim das atividades da ONG e disse que interessados em adotar os animais devem procurá-la para que eles tenham um destino que não seja rua novamente.


“Estou triste porque sei que mudamos a vida de muitos animais, mas, infelizmente não foi possível fazer tudo o que alguns merecem. Segunda-feira [9] pela manhã vamos abrir os portões e colocar 20 animais de volta às ruas”, lamenta.


Ela diz ainda que o fechamento da ONG é algo irreversível. Com o gasto mensal de R$ 5 mil, Mayara diz que agora cabe ao poder público desenvolver ações voltadas aos animais de rua.


“O poder público não ajuda em nada. Tem um Centro de Zoonoses que só funciona uma vez no ano para fazer campanha de vacinação. Não podemos mais continuar fazendo um trabalho que deveria ser feito pelo setor de zoonoses”, finaliza.


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