Governo boliviano também teme entrada de facções criminosas no país, segundo o major Fredson Araújo. Pontes foram fechadas no dia 18 de agosto e não há prazo para reabertura.
As pontes que ligam o Brasil à Bolívia permanecem fechadas nos horários de 23h às 5h (horário do Brasil) após quase dois meses. A informação foi confirmada pelo comandante da Polícia Militar (PM-AC) de Epitaciolândia, major Fredson Araújo, nesta segunda-feira (2). O policial destaca que a iniciativa partiu do governo boliviano, mas que a PM presta apoio do lado brasileiro.
A medida foi anunciada pela Bolívia no dia 18 de agosto deste ano. As pontes da Amizade, em Brasileia, e a Ponte Wilson Pinheiro, em Epitaciolândia, foram fechadas. Com isso, no horário de interdição, tanto brasileiros quanto bolivianos, só podem atravessar as pontes a pé e após mostrarem documento de identificação.
Os governantes do país vizinho decidiram reduzir a entrada de brasileiros para evitar roubos de veículos, tráfico de drogas e também de pessoas além da entrada de facções criminosas no país vizinho. O major diz que a Bolívia deu um prazo de 30 dias para fazer uma nova análise sobre a situação e que aguardam uma reunião para avaliar o caso.
“Houve alguns crimes cometidos no lado boliviano por brasileiros e eles ficaram com medo das facções que estavam invadindo o território deles. A Bolívia percebeu que a maior parte dos crimes ocorria de madrugada e decidiu fechar nesse horário”, explica.
Acordo entre Acre e Bolívia
O secretário de Segurança do Acre, Emylson Farias, afirmou, no dia 22 de agosto, que a decisão de fechar as fronteiras entre Bolívia e Brasil, nas cidades de Epitaciolândia e Brasiléia, foi uma decisão conjunta entre o departamento de Pando, cuja capital é Cobija, e o governo Acre.
Sobre já ter ocorrido alguma redução em relação aos crimes fronteiriços, Farias disse que ainda não era possível ter um levantamento, pois o tráfego nas pontes estava sendo monitorado há pouco tempo. “Ainda não é possível saber algum resultado, mas quando tivermos vamos divulgar”.