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‘Meu irmão autista se desespera com a falta do meu pai’, diz filha de autônomo morto após compra de gado

Menino tem 10 anos é acompanhado por psicólogo, diz irmã. Mandante do crime foi presa nesta terça-feira (5).


Após a prisão de Irades da Silva Barros na terça-feira (5), por ser a mandante da morte dos amigos Fernando de Oliveira e Jean Carlos de Almeida, de 54 e 42 anos, a família de Almeida se disse aliviada que todos os envolvidos no crime tenham sido presos.


Eles foram achados mortos e enterrados em uma cova rasa no dia 17 de julho, no ramal do Mutum, em Rio Branco. A dupla desapareceu no dia 8 de junho após sair para comprar gado na zona rural da capital.


Tamires Leão é filha de Almeida e disse ao G1 que a família não ficou surpresa com a participação da mulher no crime. Disse ainda que aguardam um laudo para saber a forma que o pai e o amigo foram mortos e ainda quantos dias ficaram enterrados até serem encontrados.


Mesmo com o alívio de todos os envolvidos presos, Tamires conta que a família tem passado por momentos de dificuldade, principalmente com o filho de 10 anos de Almeida. “Meu irmão é autista e, às vezes, quando sente a falta do meu pai ele começa a se desesperar e chorar. Ele está sofrendo muito”, relata.


O menino, segundo ela, está sendo acompanhado por psicólogos. Tamires diz ainda que espera que a justiça seja feita e que a mandante pague pelo crime que arquitetou com mais dois envolvidos.


“A família está aliviada. Agora queremos que a justiça seja feita, que o juiz dê uma pena satisfatória. Eu sei que a pena máxima ele não vai dar porque ela ajudou nas investigações porque se entregou. Pelo menos uns 25 anos é o que esperamos”, diz.


Outras prisões

Além da mulher, Charles Fernandes de Araújo, de 27 anos, foi preso um mês e meio após o crime após se esconder em uma outra propriedade também no ramal do Mutum. Araújo teria executado as vítimas a pauladas. Já Jessé Oliveira Rodrigues, de 29 anos, que foi preso dois meses após o crime, era o caseiro da propriedade e teria auxiliado na ocultação dos cadáveres.


O delegado Fabrizzio Sobreira, que investiga o caso, diz o crime foi premeditado para que os criminosos roubassem da vítima a quantia de R$ 6 mil que foi dividida entre eles logo após enterrarem os amigos. O destino dado ao dinheiro não foi revelado pelos presos. Todos vão responder por duplo latrocínio e dupla ocultação de cadáver.


“Foi premeditado e com requintes de crueldade. Eles arquitetaram a venda de gado e quando os dois chegaram no local foram surpreendidos já durante a negociação. O Charles rendeu eles com uma arma de fogo e levou os dois para um outro local onde os atacou com pauladas por todo o corpo, causando lesões cerebrais e a morte”, disse ao G1.


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