Uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina
A relação entre os preços do etanol e os da gasolina fechou agosto no maior nível para o mês desde 2011 (68,07%), de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). No oitavo mês do ano, essa equivalência entre os preços na cidade de São Paulo atingiu 68,04%, na comparação com 67,80% em julho.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.
De acordo com Moacir Mokem Yabiku, gerente técnico de pesquisa da Fipe, o movimento reflete alguns fatores como a nova política de preços da Petrobras para a gasolina, que em agosto prevaleceu o encarecimento do produto, o aumento de PIS/Cofins para os dois combustíveis e a opção de produtores de produzirem mais açúcar do que álcool.
No Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – que mede a taxa de inflação na capita paulista -, a gasolina ficou 6,82% mais cara em agosto e o etanol, 7,49%. Já os preços do açúcar cederam 4,30% no oitavo mês do ano, depois da queda de 0,23% em julho. No caso da gasolina e do etanol, houve taxas positivas de 0,28% e de 1,14% no IPC do sétimo mês do ano. Em agosto, o IPC-Fipe teve elevação de 0,10%, depois de cair 0,01% em julho.