Dólar fecha a R$ 3,095 e cai ao menor nível em 6 meses; Bolsa recua

O dólar comercial fechou em baixa de 0,25%, para R$ 3,095, o menor valor desde 21 de março (R$ 3,091)

dólar caiu pela sétima sessão seguida e atingiu o menor valor em quase seis meses após depoimento do ex-ministro Antonio Palocci turvar a situação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os investidores também ponderaram sinalizações de membros do banco central americano de que não haverá novo aumento de juros nos EUA neste ano.


O dólar comercial fechou em baixa de 0,25%, para R$ 3,095, o menor valor desde 21 de março (R$ 3,091). Na semana, a queda foi de 1,68%.


O dólar à vista, que fecha mais cedo, teve queda de 0,39%, para R$ 3,088 -desvalorização de 1,46% na semana. É o nível mais baixo desde 20 de março deste ano, quando a moeda encerrou a R$ 3,078.


No mercado acionário, os investidores aproveitaram para embolsar lucro após a Bolsa ter quase superado seu teto histórico de fechamento na sessão da última quarta (6). O Ibovespa, índice que reúne os papéis mais negociados, recuou 0,45%, para 73.078 pontos. Na semana, teve alta de 1,6%.


Dois fatores principais contribuíram para a desvalorização do dólar nesta sessão. O primeiro veio do exterior, com discurso do presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley. Ele indicou que os juros nos EUA devem subir gradativamente por causa da inflação baixa, mas evitou dizer se espera um aumento neste ano.


De acordo com dados da Bloomberg, a probabilidade de um aumento na reunião do Fed de dezembro é de apenas 25,4%.Essa menor chance de alta dos juros nos EUA fez com que 25 das 31 principais moedas do mundo ganhassem força em relação ao dólar nesta sexta.


Do lado doméstico, os investidores repercutiram o depoimento de Palocci ao juiz Sergio Moro.


O ex-ministro afirmou que o ex-presidente avalizou um “pacto de sangue” no qual a Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 300 milhões em propinas ao PT entre o final do governo Lula e os primeiros anos do governo Dilma, segundo seus advogados.


“O Palocci acaba tirando o Lula do radar, reduzindo o potencial do Lula nas próximas eleições. O depoimento também dá munição para o Moro em uma segunda condenação”, destaca Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos. Um eventual governo petista é encarado pelos investidores como um risco de reversão da agenda reformista promovida pelo presidente Michel Temer e que agrada ao mercado.


O próprio PT tenta avaliar o impacto do depoimento, mas já se prepara para lançar um nome caso Lula seja considerado inelegível.


Nesta sexta, o CDS (credit default swap, medida de risco-país) recuou 0,49%, para 181,5 pontos. É o menor patamar desde 9 de dezembro de 2014.


No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos nesta sexta. A taxa do contrato que vence em janeiro de 2018 se manteve estável em 7,660%. A taxa para janeiro de 2019 subiu de 7,620% para 7,630%.


AÇÕES


O dia foi ruim para as commodities, que pesaram e pressionaram o Ibovespa em baixa. Das 59 ações negociadas no índice, 37 subiram, 21 caíram e uma fechou estável.


A maior queda foi registrada pela Gerdau, que recuou 5,34%. A segunda maior ficou com a metalúrgica Gerdau, com perda de 4,33%.


As ações da Vale também tiveram forte baixa nesta sessão. Os papéis ordinários da mineradora caíram 3,69%, para R$ 34,48. As ações preferenciais perderam 4,01%, para R$ 31,84. Os preços do minério de ferro se desvalorizaram 1,65%.


A Petrobras recuou, acompanhando a forte desvalorização do petróleo. Os contratos futuros da commodity nos Estados Unidos caíram mais de 3% nesta sexta-feira, por preocupações de que a demanda por energia seja fortemente abalada pelo furacão Irma, uma das tempestades mais fortes em um século, que caminha em direção à Flórida e ao sudeste dos EUA.


Os papéis preferenciais da Petrobras caíram 2,06%, para R$ 14,71. As ações ordinárias fecharam em baixa de 2%, para R$ 15,19.


No setor financeiro, as ações do Itaú Unibanco recuaram 0,12%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 0,79%, e as ordinárias subiram 0,30%. O Banco do Brasil teve desvalorização de 0,31%. E as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se depreciaram 1,51%. Com informações da Folhapress.


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