Condenado por matar PM em abordagem no AC tem pedido para anular julgamento negado

Câmara Criminal negou pedido no último dia 21. Advogado de Kennedy Magalhães disse que não podia dar detalhes do recurso, mas afirmou que ainda cabe recurso.

Por unanimidade, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) negou, no último dia 21 deste mês, o recurso em que Kennedy Silva Magalhães pedia para ter o julgamento dele anulado. Magalhães foi julgado em agosto deste ano e condenado a 17 anos de prisão por matar o cabo da Polícia Militar (PM-AC), Alexandro dos Santos, de 36 anos, durante uma abordagem policial no dia 15 de agosto de 2016.


“O recurso foi para anular o julgamento, mas não posso dar maiores informações sobre isso. Ainda podemos recorrer no Superior Tribunal de Justiça (STJ)”, disse o advogado Sanderson Moura, que representa Magalhães.


Durante o julgamento, familiares e amigos de farda permaneceram no local e pediram justiça. Ao menos 11 testemunhas foram ouvidas. Segundo o TJ-AC, em sua decisão, o juiz negou o direito de o acusado apelar em liberdade. Ao G1, o advogado de acusação, Wellington Silva, disse que o pedido de anulação alega que a decisão do corpo de jurados foi contrária às provas apresentadas.


“Ele alega que a abordagem dos policiais e a condução da ocorrência foi errada e que isso teria resultado no fato e não a conduta do acusado. Eles apontaram suposto defeito na arma do crime. No entanto, a perícia específica feita na arma não apresentou nenhum defeito que pudesse resultar em um tiro acidental”, destaca.


Durante o julgamento, familiares e amigos de farda permaneceram no local e pediram justiça. Ao menos 11 testemunhas foram ouvidas. Segundo o TJ-AC, em sua decisão, o juiz negou que o direito de o acusado apelar em liberdade.


Entenda o caso

O cabo da PM Alexandro Aparecido dos Santos foi morto com um tiro no pescoço durante uma abordagem a três pessoas no bairro Novo Horizonte, no dia 15 de agosto de 2016. Um dos homens reagiu a abodagem, iniciou uma luta com os policiais, conseguiu pegar uma das armas e, segundo a polícia, acabou dando um tiro que vitimou o PM.


Na época, a polícia informou que dois dos envolvidos foram presos no momento da ocorrência, incluindo o que efetuou o disparo. O terceiro homem conseguiu fugir do local. Ao reconhecer o corpo do marido no Instituto Médico Legal (IML), a mulher do cabo, Nara Aline Santos, de 25 anos, passou mal.



Após o crime, a polícia divulgou a ficha criminal do acusado. Entre os crimes descritos na ficha dele estão: tráfico de drogas, furto, furto qualificado, roubo, disparo de arma de fogo, lesão corporal dolosa, ameaças, falta de permissão ou habilitação para dirigir, um homicídio doloso na forma tentada e homicídio doloso. São mais de 25 passagens.


Em 11 de outubro de 2016, a 2ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco determinou o prazo de cinco dias úteis para que fosse realizada perícia no vídeo em que o policial militar aparece sendo baleado durante a abordagem. O objetivo, segundo o TJ-AC, era detectar a autenticidade das imagens. O resultado da perícia foi divulgado em 14 de dezembro do ano passado e revelou que o vídeo não passou por edição.


O diretor do Instituto de Criminalista do Acre, Aleksandr Barros, explicou na época que a perícia analisou os “frames” do vídeo, ou seja, quadro a quadro da gravação e foi possível constatar que em certo momento o acusado tirou algo do colete do PM.


Porém, alega que não foi possível materializar a mão de Magalhães segurando a arma. Ele explica que o policial percebeu que Magalhães pegou algo do colete e segurou a mão do acusado.


Fonte: G1


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