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“Chegando na Frente” alcança comunidades ribeirinhas no Juruá

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) compreende que, antes de pensar no futuro profissional do jovem, é importante que sua cidadania e seu caráter sejam moldados.
Sensível ao tema, a Sesp lançou em julho deste ano o projeto Chegando na Frente, para estimular jovens de baixa renda à prática esportiva, literária, musical e dança artística, entre outras manifestações de cultura.
Para o secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, a iniciativa possibilita ao Estado ampliar as ações de inclusão social e de prevenção à violência entre jovens de todo Acre.
“A união entre as instituições públicas e as lideranças comunitárias envolvidas com a prestação de serviço à sociedade é a melhor fórmula para que possamos construir coletivamente um futuro de paz social, proporcionando às pessoas um sentimento de fraternidade e de valor à vida”, observa.
Esta semana, o projeto Chegando na Frente teve início em Porto Walter e na comunidade Foz do Paraná dos Mouras, zona rural de Rodrigues Alves (região do Juruá). Os técnicos da Sesp percorreram 631 km por estradas e cerca de sete horas de barco para levar esporte a três grupos de crianças que estudam em escolas na zona rural de Porto Walter e Rodrigues Alves.
O professor de matemática Francisco Silva disse que há muito tempo se dedica a projetos sociais na área do esporte, tanto na sede do município como na zona rural de Rodrigues Alves e durante este período a maior dificuldade para executar esse trabalho tem sido a falta de apoio do poder público.
Para Silva, o projeto Chegando na Frente é de fundamental importância, porque propõe disponibilizar todo o material necessário para o desenvolvimento das atividades esportivas. Isso mantém as pessoas voluntárias da área mais motivadas no cuidado com os jovens atendidos pelos projeto. “A iniciativa da Segurança Pública é um divisor de águas nesse aspecto”, destacou.
Carlos Augusto Mesquita, educador e morador da Foz do Paraná, é uma exemplo a ser seguido. Filho de família pobre, ele iniciou seu projeto de vida a partir da escolinha de futebol implantada pelo professor Francisco, quando tinha 16 anos. Ele diz que a falta do que fazer leva os jovens a desistir dos sonhos e se envolver com práticas ilícitas.
“Eu agradeço ao professor Francisco Silva, porque teve a sensibilidade de incutir na juventude local fundamentos na área do esporte, ao identificar que a ociosidade poderia nos levar para os caminhos da bebedeira, do vício de maneira geral, entre outras práticas delituosas. Sou educador graças a essa iniciativa, e agora quero retribuir me dedicando à boa formação dessas crianças, que sonham como eu sonhei um dia”, ponderou o educador.

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