Cerca de 300 famílias denunciam abandono de conjunto habitacional construído há 6 anos no interior do AC

Conjunto Cumaru fica em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Ação judicial corre para saber se responsabilidade é da Prefeitura ou Estado.

Cerca de 300 famílias que vivem no Conjunto Cumaru, em Cruzeiro do Sul, denunciam a falta de manutenção e estrutura do local. Construído há cerca de 6 anos, o conjunto foi feito para abrigar famílias carentes de bairros alagadiços.


Atualmente, os moradores denunciam que as ruas estão abandonadas pelo pode público tanto estadual, como municipal.


Prefeitura e governo não chegam a um acordo e aguardam desfecho de uma ação movida pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), que corre na esfera federal. Enquanto isso, moradores precisam enfrentar ruas esburacadas, mato e os diversos pontos onde o esgoto corre a céu aberto.


A aposentada Maria das Graças da Silva, de 61 anos, diz que o problema é antigo. “Aqui quando chove não passa nem bicicleta. As ruas estão esburacadas, com o esgoto correndo a céu aberto há muitos anos. Tem o mau cheiro que afeta todo o bairro. Já fizemos várias reclamações e ninguém faz nada. Quando uma pessoa adoece, nem o Samu entra para socorrer. É preciso carregar nos braços”, denuncia.


A professora Juracy Silva, de 32 anos, tem que sair de casa nos dois períodos para lecionar e também reclama do abandono do bairro.


“O problema de nosso bairro é o descaso das autoridades que não aparecem para olhar a situação. Sabemos que o saneamento básico é fundamental para que o cidadão tenha uma vida de melhor qualidade”, diz.


Uma das principais reclamações dela é o esgoto a céu aberto que fica próximo a sua casa. “Tem dia que não conseguimos ficar dentro de casa. O mau cheiro de fezes humanas toma conta de tudo. Estamos nessa situação há mais de dois anos e ninguém faz nada. Estamos esquecidos pelas autoridades”, lamenta.


Joel Queiroz, secretário de Obras do município, diz que aguarda o cumprimento de sentença judicial.


“Não podemos assumir o Cumaru e outros conjuntos devido às condições em que eles estão. Existe uma ação judicial que foi sentenciada há cerca de um ano, onde o juiz determinou que o Estado recuperasse estes conjuntos para poder passar o controle para o município”, explica.


A secretária de Habitação, Janaína Guedes, diz que conhece o problema do conjunto habitacional e que o Estado está trabalhando para resolver a questão do esgoto. Porém, alega que estão aguardando uma decisão judicial.


“Não é uma decisão de mérito, é uma liminar. O governo entende que não tem esta responsabilidade, pois os loteamentos estão registrados em cartório. Mas, não estamos de braços cruzados, estamos fazendo uma licitação para a construção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), mas isso não êxime o município de fazer a recuperação das vias”, destaca.


Janaína destaca ainda que um levantamento para a construção das ETEs foi iniciado em locais diferentes.



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