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Após 15 cirurgias, paciente que sofreu acidente de moto não consegue terminar tratamento no AC

Charles Neri, de 28 anos, diz que viajou 12 vezes pelo TFD, mas viagens foram suspensas e não consegue atendimento local. Sesacre rebate e afirma que atendimento com ortopedista está sendo viabilizado.


Charles da Silva Neri, de 28 anos, sofreu um acidente de moto em janeiro de 2014. Devido ao risco de perder a perna esquerda, precisou passar por 15 cirurgias pelo serviço público. No entanto, ainda sem estar restabelecido, reclama que não consegue terminar o tratamento.


Os procedimentos cirúrgicos, segundo Neri, foram feitos no Rio de Janeiro por meio do Tratamento Fora de Domicílio (TFD), uma vez que na época não havia o serviço no Acre. No total, foram 12 viagens até que o Estado suspendeu o TFD, alegando que os cuidados seriam feitos na unidade local.


O paciente conta que chegou a ser atendido duas vezes no Hospital das Clínicas de Rio Branco, mas recebeu um documento do médico afirmando que “a continuidade e o término do tratamento deverão ser realizados no local de origem [Rio de Janeiro]”, pelo Acre não ter “condição” para isso. A declaração foi emitida no dia 24 de maio deste ano.


“Toda semana, ligo para a Sesacre [Secretaria de Estado de Saúde] para falar sobre meu caso. Eles falam que está na mesa de fulano, de ‘ciclano’, mas não nunca resolvem. A junta médica não aceitou o parecer do médico do Hospital das Clínicas e não me mandou continuar no Rio de Janeiro, também não me dá suporte aqui”, reclama.


Preocupado, Neri diz que não sabe a quem recorrer, devido ao risco de algum tipo de infecção e sem saber o momento de retirar o fixador externo. “Não sei como está a situação da minha perna, se é necessário fazer nova cirurgia ou se já está bom. Só o médico vai me dar essa resposta através da avaliação”, complementa.


Outro lado

Em nota, a Sesacre informou que a regulação do TFD no Acre solicitou que Neri seja acompanhado pelo especialista em ortopedia local, uma vez que ele necessita apenas de retorno ambulatorial. O acompanhamento, segundo o órgão, estão sendo viabilizado.


A secretaria salientou que, caso o médico faça um diagnóstico indicando a necessidade de procedimento que o Acre não tenha capacidade técnica de realizar, o paciente vai ser encaminhado mais uma vez por meio do TFD.


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