Desaparecido desde março, estudante de psicologia retornou nesta sexta-feira (11). Polícia disse em coletiva que jovem não deve responder criminalmente.
O retorno de Bruno Borges, de 25 anos, nesta sexta-feira (11), após mais de quatro meses desaparecido, inspirou internautas a criarem memes nas redes sociais. O estudante de psicologia voltou para casa onde mora em Rio Branco e o assunto foi parar nos Trending Topicsdo Twitter.
Em um dos memes, a página Desacreditados no Facebook afirmou que o regresso do jovem se deu por causa do show da drag queen maranhense Pabllo Vittar, que ocorre na casa noturna Maison Borges, nesta sexta.
O pai de Bruno, o empresário Athos Borges, disse que o filho está bem e a família aliviada pela volta, mas não deve ficar em casa devido à busca de curiosos. “Nesse momento, não vamos comentar muito. Ele voltou sozinho e via ficar em outro lugar”, falou o pai em entrevista rápida.
Em coletiva na tarde desta sexta, a Polícia Civil afirmou que Bruno não vai responder criminalmente. O delegado Alcino Júnior, que investigou o caso, falou que a família também não deve ser responsabilizada já que o desaparecimento foi voluntário e não constitui crime. O jovem deve ser ouvido na próxima semana.
Relembre a história
Antes de sair da casa onde mora em Rio Branco, Bruno Borges deixou 14 livros escritos à mão e criptografados, com alguns trechos copiados nas paredes, teto e no chão do quarto. Deixou ainda uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, que custou R$ 10 mil.
O primeiro dos livros publicados do jovem – “TAC: Teoria da Absorção do Conhecimento” – entrou para a lista dos mais vendidos da semana, entre 24 e 30 do mês passado, da PublishNews. A segunda publicação já tem data marcada.
Em maio deste ano, Marcelo Ferreira, de 22 anos, amigo do estudante, chegou a ser detido pela polícia pelo crime de falso testemunho. Na casa dele, a Polícia Civil encontrou dois contratos – um deles autenticado no dia do desaparecimento – que estabeleciam porcentagens de lucros com a venda dos livros. Ferreira teria ajudado Bruno no projeto.
Policiais também encontraram móveis do quarto do acreano na casa de outro amigo, Bruno Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote, que mora na Bahia, chegou a ser indiciado para depor na capital acreana, mas não compareceu, sendo indiciado indiretamente.
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia exibida no dia 3 de julho, Ferreira contou que ajudou Bruno a montar o quarto e sabia do projeto, mas garantiu que não tinha conhecimento do desaparecimento, nem do local onde ele poderia estar vivendo.
Para a Polícia Civil, que investigou o caso, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem a situação. O sumiço de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho deixado por ele, informou na época o delegado Alcino Souza Júnior.