Estiagem prejudica navegação de balsas e grandes embarcações que levam mercadorias para os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
A seca do Rio Juruá, que nesta sexta-feira (25) atingiu 5, 22 metros, tem afetado o transporte de cargas e alimentos para as cidades de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. Durante esta época do ano é fácil observar bancos de areia ao longo do rio, o que dificulta a navegação de balsas e grandes embarcações.
Cleber Pedroza, de 51 anos, tem comércios tanto em Porto Walter como em Marechal Thaumaturgo e fala das dificuldades encontradas. Ele diz que o trajeto para Porto Walter que era feito em 12 horas, tem demorado até três dias.
“É muito difícil porque na cheia, em uma viagem, a gente pode transportar 20 mil toneladas e, nessa época, só dá para, no máximo, 5 mil toneladas, que não é quase nada”, disse.
Por causa disso, muitos produtos chegam a faltar nas cidades como verduras, frutas e frios. “É que muitos não compensa trazer, tipo verdura e fruta, porque pela demora eles têm que ser vendidos antes que estraguem”, explicou.
Evanilson Souza é proprietário de uma balsa e também tem uma distribuidora de gás em Porto Walter. Ele afirma que durante o período de cheia estoca gás para que nessa época não falte. “Não tem como ficar totalmente dependendo dos barcos pequenos porque ia ser um desastre. A gente faz um armazenamento, mas semanalmente tem que ir em Cruzeiro”, afirmou.
Souza explica que os gastos com as viagens triplicam. Segundo ele, em uma viagem com balsa, num período normal, gasta-se cerca de R$ 1,6 mil com combustível. Mas, como precisa usar pequenos barcos, o gasto salta para quase R$ 5 mil.
“Uma viagem com a balsa traz toda a mercadoria, com os barcos pequenos tem que ser três viagens gastando o mesmo tanto de combustível. Com a batelão grande levo até 90 toneladas, ou seja, toda a mercadoria que preciso, e gasto cerca de 400 litros de combustível. Com os barcos pequenos, transportamos entre 10 e 15 toneladas e gastamos em média 250 litros de combustível”, esclarece.
O comandante da Marinha, Oziel Albino, não soube especificar qual o limite de peso das embarcações para navegar no Rio Juruá durante a estiagem.
“Cada embarcação passa por uma avaliação e a partir disso é determinado o valor que pode ser transportado, isso é particular em cada uma. Nesse período a orientação que damos é que se mantenha um peso baixo, tendo em vista os perigos das águas rasas e dos bancos de areias que se formam”, orientou.