Manancial marcou 3,87 metros nesta quarta-feira (2). ‘Nossa orientação é que os navegantes evitem o período noturno’, diz comandante dos Bombeiros.
O Rio Juruá passou pela sua cheia histórica esse ano, quando marcou com 14,24 metros no dia 2 de fevereiro. Seis meses após a maior cheia, o manancial começa a apresentar sinais de seca e preocupando quem precisa das embarcações para se locomover. Nesta quarta-feira (2), o rio marcou 3,87 e um percurso feito em 3 horas agora leva ao menos 8 horas para ser feito.
As três empresas que fazem o transporte de passageiros reduziram a oferta de embarcações de dois horários para apenas um. No inverno, elas tinham barcos saindo de Cruzeiro do Sul às 7 h e às 13 h. O percurso até Porto Walter era feito em 3 horas, agora esse tempo mais que dobrou.
Com a vazante, as empresas deixaram de transportar os passageiros em barcos deslizadores e estão operando com motores de popa, que ainda conseguem navegar. O barqueiro Raimundo da Silva, de 33 anos, teme que a situação fique ainda mais crítica.
“Estou com quatro anos conduzindo passageiros. Lá para o alto, o rio está muito seco e difícil de navegar. O barqueiro que não tiver experiência erra o canal e encalha nos bancos de areia. Tem uns pontos críticos com muitos balseiros e o nível da água está muito baixo”, explica.
O sargento Polícia Militar, Marcos Dória, fez o percurso entre as duas cidades e reclamou da viagem que demorou quase 8 horas para ser concluída. “O rio está muito seco. Tivemos alguns problemas e muita dificuldade de navegar. Tem muitos paus e pontos rasos. Está complicado navegar nesse trecho. Vim resolver uns problemas e já estou preocupado com a volta, pois na subida a situação ainda é mais difícil”, lamentou.
A aposentada Leontina da Silva, de 81 anos, também demorou quase 8 horas para retornar de Porto Walter, onde foi visitar seus parentes.
“Está difícil navegar. O barqueiro tem prática e não encalhamos nenhuma vez. Estou toda dolorida. Já tenho uma certa idade e sofri bastante. Fui visitar parentes e amigos. Ainda bem que cheguei bem. Estava passeando, a alegria que senti revendo meus parentes recompensou o sofrimento da viagem”, pontua.
O comandante do Corpo de Bombeiros na região, capitão Rômulo Barros, pede atenção dos navegantes. “Estamos com uma cota 3,87 metros, ainda é superior à cota do mesmo período de 2016, quando o rio estava em 3,20 metros . Nossa orientação é que os navegantes evitem p período noturno, onde a navegação fica prejudicada devido aos bancos de areia e aos balseiros que ficam no leito do rio. Além da atenção, que precisa ser redobrada para evitar acidentes”, orienta.