Estudantes do 3º ano do Colégio de Aplicação(CAP) da Universidade Federal do Acre (Ufac) saíram da sala de aula nesta sexta-feira, 25. A lição do dia foi desenvolvida em meio à natureza, no parque ambiental Chico Mendes, localizado na rodovia AC-40.
A atividade integra o projeto de extensão Nos Tempos do Seringal e envolve as áreas de história, geografia, pedagogia, inglês, português e biologia. A idealização é do corpo docente do CAP. “As aulas de campo são um braço do projeto, que também contempla aulas em sala”, contou o professor de História do CAP, Reginâmio Bonifácio. Ele informa que, ao todo, são 60 horas de atividades dentro e fora do colégio.
“O professor explicou tudinho na sala. A gente estudou as brincadeiras e a casa do seringueiro e aqui vimos que é do jeito que ele disse”, resumiu, animada, Maria Clara de Oliveira, 8. “Aula assim é muito legal. Até o nosso lanche foi como a comida do seringueiro. Com tudo a gente aprende. E o melhor é que é brincando”, completou Auana Matos, 9. A agenda da atividade de hoje foi voltada para jogos e brincadeiras tradicionais.
Iniciado em maio, o projeto atende 25 alunos do ensino fundamental e 20 estudantes da graduação. A dinâmica das aulas exige a presença de, pelo menos, três professores na monitoria. “Esse é um projeto multidisciplinar, pensado para o atendimento dos alunos do ensino básico, mas também dos que estão no ensino superior”, disse Bonifácio. “A ideia é investir na formação de novos professores. Ao nosso lado, os estudantes da graduação têm a oportunidade de ver outra forma de atuar, ensinar e aprender.”
Estudante do 7º período do curso de História, Luciene Mendes aprova a metodologia do projeto. “Esse é o primeiro projeto do gênero do qual participo e tem sido uma experiência muito positiva”, relatou. “Como se trata de um projeto multidisciplinar, temos a chance de interagir com professores e colegas de outras áreas; isso é enriquecedor para nós que vamos seguir a carreira docente.”
Para o estudante do 8º período de Pedagogia, Wagnes de Paula, o projeto tem um importante papel sociocultural. “Um dos nossos grandes desafios hoje é concorrer com as novas mídias. É muito importante esse resgate da nossa própria cultura que o projeto propõe”, analisou. “É possível conseguir chamar a atenção da garotada e alcançar o nosso objetivo principal, que é o ensino de qualidade.”
O projeto “Nos Tempos do Seringal” é apoiado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex). A expectativa dos coordenadores do projeto é que, ao final da execução, seja possível montar um livro didático que apresente a metodologia desenvolvida.
“Queremos apresentar essa metodologia a outros colegas e mostrar como é possível desenvolvê-la”, disse Reginâmio Bonifácio. “No CAP, somos um laboratório, trabalhamos com experimentos e esta é nossa missão: encontrar modelos de sucesso que impulsionem a educação no nosso Estado.”