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Porto Acre deve contratar transporte particular para alunos após ônibus serem incendiados

Informação foi repassada pelo prefeito Bené Damasceno nesta terça (8). Gestor lamenta situação e afirma que crianças não devem ficar sem aulas.

O Prefeito de Porto Acre, Bené Damasceno (PROS-AC), disse ao G1, nesta terça-feira (8), que o órgão deve contratar transporte particular para que os alunos não fiquem sem aulas. Ao todo, três ônibus escolares foram incendiados na garagem da Secretaria de Educação do município na madrugada desta terça-feira (8).


Os ataques criminosos, segundo o órgão, estão ligados à onda de violência que ocorre no estado desde sábado (5) com homicídios, incêndios e tiroteiros. Os crimes, segundo a Segurança Pública, são uma retaliação de facções criminosas após o bloqueio de sinal telefônico nos presídios de Rio Branco. Com o ataque em Porto Acre, sobe para nove o número de ônibus incendiados em ações criminosas, que começaram no sábado (5) em Rio Branco.


“Vamos nos reunir com toda a equipe a prefeitura para tentar resolver. As crianças não vão ficar sem ir para à aula, isso eu garanto. Vamos contratar alguns ônibus, mesmo que particulares, para resolver a situação. Infelizmente só tenho a lamentar, isso prejudica toda uma comunidade e as crianças que precisam ir para à escola”, diz o prefeito.



Ao todo, cinco ônibus estavam na garagem da Secretaria Municipal de Educação do município, mas apenas três foram consumidos pelas chamas. Não há base do Corpo de Bombeiros na cidade, então, uma equipe foi deslocada de Rio Branco, capital acreana.


Damasceno disse que não sabe informar a quantidade de alunos que seriam afetados. Porém, informações repassadas ao jornal Bom Dia Amazônia, na manhã desta terça (8), apontam que ao menos 80 crianças, principalmente da zona rural, devem ficar sem ter como ir às aulas.


“Esses ônibus particulares devem suprir a demanda dos incendiados. Infelizmente, isso aconteceu e temos que tomar providências. Também procurei a Defensoria e o Ministério Público para que se façam presente em nosso município para ver se isso ameniza o sofrimento da nossa comunidade. Agora vamos buscar outras formas de poder dar oportunidade a essa crianças para que não faltem”, afirma.


Ataques

O secretário de Polícia Civil, Carlos Flávio Portela, afirmou que a Segurança deve instalar bloqueadores de sinal de celular em todas as unidades prisionais do Acre. A informação foi divulgada durante entrevista ao Jornal Acre TV, da Rede Amazônica.


Portela informou na mesma entrevista que subiu para 31 o número de presos suspeitos de participação nos ataques criminosos. Ele acrescentou que armas de fogo, veículos e outros materiais que poderiam ser utilizados na execução de novos crimes foram apreendidos durante o final de semana.


O secretário reiterou que o trabalho nesta semana continua nos mesmos moldes, com todo o efetivo envolvido – incluindo policias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e ainda Exército. No domingo (6), mais de 400 homens foram convocados para o policiamento na capital, além dos 150 que normalmente atuam na cidade.


A onda de violência começou na noite do sábado e manhã de domingo. Até aquele momento, quatro ônibus haviam sido incendiados e otransporte coletivo foi paralisado temporariamente. Foi necessária escolta policial para que os veículos voltassem a circular. O interior do estado também teve ocorrências.


Na sexta (4), a Segurança Pública chegou a remanejar 22 presos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no Presídio Antônio Amaro, de segurança máxima – o que também foi apontado com fato motivador aos atentados.


Em Tarauacá, ainda na noite do domingo, a biblioteca da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ricardo Damasceno e um ônibus escolar foram incendiados. Na instituição, as chamas foram contidas rapidamente, segundo a prefeitura, não havendo necessidade da interrupção das aulas.


Na madrugada desta segunda (7), criminosos atearam fogo em um carro e motocicleta de um sargento da PM na cidade de Feijó. Os dois veículos estavam na garagem da casa do policial. No local, foram deixados coquetéis molotov e uma garrafa PET de dois litros com gasolina.


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