Pacientes de Brasiléia e Sena podem morrer por falta de transporte para hemodiálise no Hospital das Clínicas

A Secretaria de Saúde do Acre cancelou o transporte de pacientes que sofrem com doença renal crônica que moram em Brasiléia e Sena Madureira e fazem tratamento semanal no setor de Nefrologia do Hospital das Clínicas do Acre, em Rio Branco. A denúncia é do presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Acre (Apartac), Vanderli Ferreira. “Não trouxeram o pessoal na terça, de Brasiléia. E na sexta-feira passada parece que o prefeito conseguiu um carro para trazer o pessoal. São pacientes que correm risco de morrer”.


De acordo com o presidente da Apartac, a medida da Sesacre prejudica 16 pacientes de Brasiléia e outros seis de Sena Madureira.


O ac24horas conversou com o secretário de Saúde, Gemil Júnior, e com os prefeitos de Sena Madureira, Mazinho Serafim (PMDB), e de Brasiléia, Fernanda Hassem (PT). Há um jogo de empurra-empurra entre o Estado e os Municípios.


Gemil Júnior disse que o Estado não é obrigado a disponibilizar transporte para esses pacientes e que esse serviço é um dever das prefeituras. “A obrigação do Estado é acolher. É oferecer estrutura física como a gente já faz. Mas o traslado a obrigação é totalmente das prefeituras. Nós já estávamos ajudando o HC. Não tenho mais como arcar com esse transporte. Vamos comunicá-los que isso é dever dos Municípios. Não tenho como atender isso aí mais”, disse o secretário.


Já o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim, afirmou que Gemil está mentindo e que é sim dever dele o transporte porque as prefeituras não têm condições para arcar com esse tipo de despesa.


“É mentira desses caras aí. Isso é de média e alta complexidade. Isso é onda dele. É mentira. Ele quer empurrar a obrigação do Estado para o Município. Esse governo quer empurrar o que ele tem que fazer para os Municípios. Nossa obrigação aqui é com a baixa complexidade.”


Fernanda Hassem só não chamou Gemil de mentiroso como fez Mazinho, mas também afirmou que o Estado é quem tem a obrigação de disponibilizar o transporte.


“Nós já fazemos o transporte segunda, quarta e sexta. Toda semana. O Estado nas terças, quintas e sábados. Estou indo a Rio Branco exatamente para ajustar alguns detalhes. É interessante que o secretário ajuste esse calendário. Eu não fui informada formalmente sobre esse assunto”, disse Fernanda afirmando que os Municípios não possuem condições financeiras para pagarem pelo serviço.


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