Os responsáveis trocam acusações e os ganhadores fizeram boletim de ocorrência. Polícia Civil está investigando o caso.
Um bingo beneficente organizado pela Academia Preparatória de Concurso Militar (Apeem), com sede no bairro do Formoso, em Cruzeiro do Sul, virou caso de polícia após as premiações não terem sido pagas aos ganhadores. O evento ocorreu no dia 6 de agosto e oferecia dinheiro e motos.
As cartelas foram vendidas por R$ 20 e os ganhadores dizem que os prêmios em dinheiro não foram pagos. Uma das ganhadoras é mulher de um vereador, Chaguinha do Povo. Ele preside a Comissão dos Direitos do Consumidor.
“Comprei dez cartelas desse bingo. Minha mulher foi ganhadora de uma moto e R$ 5 mil reais. Os organizadores pediram para deixar para receber a premiação no dia seguinte, pois a moto estava sem documentação e era perigoso sair daquele local com o dinheiro. No dia seguinte, alegaram que o dinheiro não tinha dado para pagar a premiação”, conta.
Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia da cidade e o vereador diz que vai entrar na Justiça para pedir uma reparação de R$ 15 mil por danos morais.
O radialista Evenilson Souza diz que também foi lesado. Ele não ganhou nenhum dos prêmios, mas o preço cobrado para fazer a publicidade do evento, cerca de R$ 2 mil, também não foi pago. “Fiz o trabalho solicitado e quero receber por meus serviços”, destaca.
Os organizadores do evento trocam acusações. Ao G1, Igor Muniz, diz que ficou com a parte funcional do bingo. Segundo ele, foram confeccionadas 7 mil cartelas, sendo que ficou com 2 mil para vender e cuidar da estrutura do bingo.
“A Apeem está jogando uma responsabilidade para cima de mim, que não é minha. Registrei um boletim de ocorrência na delegacia contra o responsável pela associação. Minha parte eu fiz, agora o Rubens está alegando que sou o responsável pelo pagamento dos ganhadores. Não tenho nada a ver com isso. Vou tratar com ele na Justiça”, diz Muniz.
Já o responsável pela associação alega que Muniz foi quem procurou a instituição para fazer evento prometendo que daria uma porcentagem de renda. Ruben Oliveira diz que o bingo não deu bilheteria e assume que algumas premiações não foram pagas e nem mesmo alguns serviços contratos para o evento.
“Toda a prestação de contas foi feita com o Igor. O dinheiro que arrecadamos, entregamos para ele pagar as motos. Vendemos 661 cartelas e as demais estão arquivadas. Espero que na Justiça ele pague as pessoas que ele lesou. Tenho os áudios de todas as conversas que tivemos. Foi ele quem procurou a instituição para realizar o bingo”, se defende.
O delegado Lindomar Ventura ficou responsável pelo caso e confirmou que as queixas dos ganhadores foram registradas. Ele se limitou a informar que o caso está sendo investigado e que os organizadores estão sendo intimados a prestar esclarecimentos.