Poucas vezes se viu eleitores tão parecidos com um candidato. Por isso é fácil entender a histeria em torno de Jair Bolsonaro. Ele e aqueles que o cercam, de longe e de perto, são, embora inconscientemente, o outro lado da mesma moeda de seus opositores. Cegos, não possuem a capacidade de análise, de uma autocrítica. São maniqueístas, adeptos da dualidade entre o bem e o mal. O mal é o opositor.
Bolsonaro tem mais de 20 anos de mandato no Congresso e as únicas vezes que apareceu foi encarnando um personagem polêmico, apenas.
Como virtual candidato à Presidência da República não possui uma plataforma econômica, ambiental e social. Descarrega populismo sempre que é indagado sobre tais temas. Adora falar o que seus eleitores gostam de ouvir. Coisas do tipo “arma para todo cidadão de bem”, “política anti-minorias”. E isso sempre xingando alguém de “vagabundo, lixo”. A cada “vagabundo” proferido consegue atrair mais gente.
Um candidato à Presidência da República, que deveria incorporar um sujeito minimamente equilibrado fala mais em pegar armas e contra questões de gênero do que em necessidades básicas, garantias constitucionais.
Lamentavelmente é melhor “Jair se acostumando”.