OGX, petroleira criada por Eike Batista, completa recuperação judicial

Eike é investigado por suspeita de participação em esquema de corrupção que seria comandado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB)

A Justiça do Rio encerrou nesta quarta-feira (2) o processo de recuperação judicial de OGX, petroleira criada há dez anos por Eike Batista e que era o carro-chefe de seu império empresarial.


A empresa entrou no processo de recuperação judicial em 2013, depois que houve frustração na busca por reservas de petróleo no país.


Quando o mercado financeiro percebeu que a equipe de exploração não estava atingindo os resultados prometidos, houve quebra de confiança que resultou na debandada das ações da empresa e gerou efeito em cadeia em outras companhias do chamado “grupo x”.


A 4ª Vara Empresarial do Rio considerou que foram cumpridas todas as exigências previstas no processo de recuperação. A OGX está autorizada a retirar de seu nome empresarial o termo “em recuperação judicial”, obrigatório em situações como essa.


Quando entrou em recuperação, a OGX e suas subsidiárias tinham dívidas de R$ 13,8 bilhões, além de contratos para a construção de plataformas de produção, que nunca chegaram a ser usadas. A derrocada afundou também a OSX, empresa de construção de plataformas do grupo.


A recuperação judicial é um mecanismo para quitar débitos de credores e evitar a falência e o consequente calote pela empresa em dificuldade.


Durante o inferno astral de Eike no mercado financeiro, as ações da OGX chegaram a valer R$ 0,10. No início de junho, quando o grupo anunciou a conclusão do processo de recuperação, as ações subiram 34,7% em um dia, passando a valer R$ 1,32.


Nesta quarta, exatos dois meses após a conclusão do processo, no dia em que a Justiça decidiu por encerra o caso, as ações voltaram a subir. Houve alta de 8,52%, a R$ 4,46.


Quando lançou a petroleira no mercado, o empresário dizia que seria uma “nova Petrobras”. Em 2008, pagou R$ 1,4 bilhão para comprar 21 áreas de exploração de petróleo em leilões de concessão do governo.


Atualmente, a OGX produz em um campo, de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, onde extrai 8 mil barris de petróleo por dia. No primeiro trimestre de 207, a OGX registrou prejuízo de R$ 55 milhões. Eike mantém fatia minoritária na OGX, por meio da OGPar (Óleo e Gás Participações).


Eike é investigado por suspeita de participação em esquema de corrupção que seria comandado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB). Ele chegou a ser preso em janeiro e teve o cabelo raspado.


Ele é acusado de pagar propina ao grupo de Cabral. Ambos negam as acusações. Atualmente, o empresário cumpre prisão domiciliar em uma casa de luxo no Jardim Botânico, na zona sul do Rio. (Folhapress)


 


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
cedimp otimizado ezgif.com gif to avif converter

Últimas Notícias