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“O Brasil precisa recriar-se por inteiro, em todos os sentidos”, diz escritor

Vemos muito comumente na sociedade brasileira, nisto incluídos todos os segmentos sociais, a saturação de nossa capacidade física, psíquica, artística e criativa na produção desenfreada de cada vez mais a mesma coisa. As mudanças que acontecem, na maioria das vezes, são de nome e de endereço, mas as práticas, os serviços ofertados, a proposta de intervenção, o benefício, a notícia, a tecnologia, os políticos e o país em si fazem apenas novos contornos por diferentes caminhos, para finalmente parar nos mesmos
pontos que já conhecemos.


Isso porque não é possível ter diferentes resultados utilizando as mesmas receitas. Percebe-se inclusive que a inclinação criativa do povo brasileiro não tem sido rigorosamente estimulada. A arte brasileira, por exemplo, tem obtido sucesso a partir do pouco, do mínimo, do quase-nada, portanto é lamentável para um artista ter que se reduzir, ao invés de se estender, para fazer sucesso.


E quem alcança a genialidade, seja na música, na pintura, na literatura, ou noutra expressão, sente-se desperdiçado e fora da
caixa. O Brasil não deseja os grandes! Adota em todas as situações o conceito de que “menos é sempre mais”, e, quanto mais vazio, mais o povo se vê representado – não é Freud que explica, e sim os dados.


Mas essa arte, no entanto, não tem fugido de seus objetivos. A mesma vive para
representar o seu tempo, e, se estes são os tempos em que vivemos, que culpa ela tem? A culpa nos pertence, de fato, e a arte (coitada!) é feita à nossa imagem e semelhança. Como os políticos são a junção sem falhas de nossas canalhices do dia a dia. Nós, fazemos vez ou outra; eles, todo dia.


Além do mais, são nossos representantes! Quero aqui levantar a bandeira da necessidade de construirmos o verdadeiro novo, de remodelarmos as nossas ações, reger os nossos programas sociais por outros rumos, acatar novas expressões artísticas e estabelecer novos padrões de qualidade, além de, principalmente, identificar diferentes perfis políticos como capazes de gerenciar a nação não trata-se especificamente de novas pessoas, mas sim que, mesmo sendo as mesmas, essas criem novas metodologias de trabalho e lhes apliquemos novas exigências éticas ao invés dos mesmos princípios de sempre.


E se estas mesmas forem inflexíveis às mudanças, que, naturalmente, busquemos outras! O Brasil precisa de renovar-se por inteiro, não deixando de pé resquícios de nada que possa nos fazer regredir aos mesmos erros, somente assim poderemos tirar o pé da lama que a cada dia mais nos puxa e nos afunda.


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