Ciee deve abrir dez vagas em programa Aprendiz neste mês de agosto. Mais de 140 empresas do Acre participam do programa de capacitação.
Em tempos de crise, ingressar no mercado de trabalho pode ser difícil, ainda mais para pessoas sem experiência. Nesses casos, uma oportunidade no Programa Aprendiz pode ser a porta de entrada para vida profissional. No Acre, segundo o supervisor da unidade de operação do Centro Integrado Empresa Escola (Ciee), Luiz André, uma média de 65% dos jovens que participam do programa são efetivados nas empresas.
“A contratação acontece muito. O empresário normalmente tem uma recusa, pois vivemos em um país com uma carga tributária enorme. Então, quando há mais uma obrigação, ele se sente frustrado. Só que quando ele passa a enxergar o Aprendiz como um programa de formação de quadros na sua organização, o empresário começa a observar que tem ganhos extraordinários”, afirma o gestor.
No Acre, 142 organizações públicas e privadas dão oportunidade para que jovens possam adquirir experiência e capacitação. O Ciee explica que as empresas de médio e grande porte são obrigadas a abrir de 5% a 15% de vagas. O Ciee não soube informar a estimativa de quantas oportunidades seriam geradas caso todas as empresas do Acre que possuem a obrigatoriedade de abrir vagas fossem atendidas pelo programa.
“Como o empresário pensa em expandir, chega um momento em que ele tem que profissionalizar o negócio dele. Isso é muito caro, é preciso investir em profissionais e formação de equipe. O programa Aprendiz é uma linha possível para isso com um custo mais reduzido, pois há um incentivo do Governo Federal para isso. Por exemplo, nesse tipo de contratação a empresa só contribui com 2%, diferente de um celetista normal que é de 8%”, destaca.
O supervisor fala ainda que a prioridade na hora de selecionar um jovem para o programa é a vulnerabilidade social. Por isso, recebem dados de pessoas cadastradas nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e instituições não-governamentais. Os jovens contratados trabalham quatro horas diárias e não podem ultrapassar a carga horária de 20 horas semanais com contrato de no máximo dois anos.
“Isso é um programa social e a única forma de inserção é através dos cadastros sociais. Antes o programa era chamado ‘Menor Aprendiz’, pois atuava com estudantes de 14 a 18 anos, mas a oportunidade se abriu para estudantes até 24 anos. Para ter o programa, as empresas precisam ter ao menos sete colaboradores contratados”, destaca.
O Brasil, segundo o Ciee, poderia ter 939.731 mil aprendizes contratados caso as empresas cumprissem a cota mínima exigida pela Lei da Aprendizagem que é de 5%. A adesão dessas empresas iria permitir a criação de 560.789 novas vagas no programa.
Atualmente, conforme o Ciee, o país contrata apenas 378.942 aprendizes o que representa 40% do total de jovens que poderiam estar trabalhando em diversos setores. No Acre, até o final de agosto, o órgão deve abrir dez novas vagas para contratação.
“Trabalhamos nas duas vias, tanto prospectando as empresas e novos parceiros para que essas oportunidades sejam abertas, quanto também na oportunidade de as empresas nos procurarem.
Luiz explica que a Lei da Aprendizagem tem cunho social e propicia a erradicação do trabalho infantil. O programa do Ciee concede aos adolescentes em situação de vulnerabilidade a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.
“A nossa legislação veta qualquer forma de trabalho infantil salvo na condição de aprendiz. A Lei de Aprendizagem é uma prevenção e tem um cunho para erradicação do trabalho infantil. Em segundo plano, isso visa auxiliar na evasão escolar, pois para estar inserido no programa precisa cursar o final do nível fundamental ou ensino médio”, finaliza.