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Juíza vai pedir reforço em muralhas de presídio em Rio Branco após ataques: ‘pontos frágeis’

Luana Campos diz que soube de planos de retaliação dos presos por causa dos bloqueadores de celular. ‘O Judiciário, de forma alguma, vai se curvar’, disse.

A juíza de Direito Luana Campos, titular da Vara de Execuções Penais de Rio Branco, disse que vai pedir à Segurança Pública do Acre (Sesp-AC) que reforce as muralhas do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco. Segundo ela, o muro apresenta vários “pontos frágeis”. A medida visa coibir os ataques criminosos que iniciaram em Rio Branco no último sábado (5).


Ao G1, a secretaria informou, através da assessoria de imprensa, que os pontos considerados fragéis pela magistrada já foram reforçados.


“Desde o último sábado [4] a segurança foi reforçada na FOC, para que não ocorra uma rebelião. Essa estratégia é para garantir a segurança das pessoas que ali trabalham e dos próprios reeducandos. As rotinas carcerárias estão funcionando normalmente”, destacou.


Os ataques criminosos, conforme a Segurança Pública, são uma retaliação de facções criminosas devido ao bloqueio de sinal telefônico nos presídios da capital.


“As informações que a gente obteve da direção da unidade prisional é de que estaria havendo um planejamento por parte desses apenados no sentido de retaliar a instalação dos bloqueadores. O Judiciário de forma alguma vai se curvar a essa demanda. Os bloqueadores de celular efetivamente são um dos elementos que contribuem para a prevenção da criminalidade e que também evitam o crime fora dos muros do presídio”, enfatizou.


Luana anunciou também a prorrogação do período de isolamento dos 22 líderes de facções que foram encaminhados para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) no presídio de segurança máxima Antônio Amaro. A juíza deve cobrar ainda do poder executivo o cumprimento de mandados de prisão de pessoas evadidas do sistema prisional.


No período de 16 de junho até esta quarta (9), segundo a juíza, houve 90 evasões do regime semiaberto. Segundo ela, o número não é tão alto desde 2012 quando ela assumiu a Vara de Execuções Penais.


“Os apenados ao serem recapturados alegam que essa evasão ocorre devido a ameaças que eles sofrem de facções rivais”, relata.


Mesmo com as evasões, Luana diz que a unidade de regime semiaberto já conta com o reforço das polícias Militar, Civil e também de agentes do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).


“O Iapen-AC está fazendo uma obra de divisão da unidade de regime semiaberto afim de que cada preso fique no dormitório da facção que ele integre. Então, são algumas medidas que estamos adotando para minimizar essa situação”, afirma.


Ataques criminosos

Outros ataques foram registrados em pelo menos três municípios do Acre na noite de terça-feira (8). No município de Tarauacá, os bandidos atearam fogo em um posto da Polícia Militar (PM-AC) que estava desativado. O crime ocorreu no bairro Corcovado.


Já o município de Senador Guiomard registrou quatro tentativas de incêndio e uma invasão ao Hospital Doutor Ary Rodrigues. As informações foram repassadas pelo secretário municipal de Comunicação, José Avelino, nesta quarta (9).


Em Rio Branco, o prédio onde ficam as sedes do 1º e 2º Conselho Tutelar de Rio Branco foi invadido na noite desta terça-feira (8). Ao G1, funcionários informaram que os criminosos levaram dois notebooks, café, açúcar e um garrafão de água. Ao entrarem no local, os ladrões viraram todas as câmeras para não serem flagrados.


O Acre vivencia uma onda de violência desde o último sábado (5). Nesse período, criminosos já incendiaram ônibus públicos e escolares, na capital e no interior do estado, além de prédios públicos e casas. Os casos seriam uma resposta dos bandidos à instalação de bloqueadores de sinal de celular no Complexo Penitenciário Francisco d’Oliveira Conde e Presídio Antônio Amaro.


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