Bilinguismo, cultura e educação para surdos são debatidos durante semana de letras e libras no Acre. A 3ª Semana de Letras e Libras iniciou nesta segunda-feira (28).
A Universidade Federal do Acre (Ufac) vai debater, durante a 3ª Semana de Letras e Libras o bilinguismo, cultura e educação para surdos no estado. O hino acriano interpretado em libras abriu oficialmente o evento nesta segunda-feira (28).
O encontro contou com a participação de estudantes, professores, ouvintes e surdo. Entre muitas ideias e propostas, uma em particular ganha destaque: a de inserir a Libras como disciplina no ensino regular.
“Nós precisamos colocar isso em destaque, colocar salas bilíngues dentro das escolas e é isso que nós vamos tratar durante todos esses dias. O que vem a ser a cultura surda e o porquê é tão importante criar essa sala bilíngue dentro da escola”, explicou Alexandre Melo, coordenador do curso de libras da Ufac.
Tanya Felipe é membro do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), que fica no Rio de Janeiro.Ela vai ser uma das palestrantes da semana vai abordar assuntos como os aspectos linguísticos e culturais da libras em uma mesa redonda.
A relevância de se debater a cultura e literatura surda não se discute, mas trabalhar pela inclusão da libras como disciplina foi o centro das atenções.
“Do mesmo jeito que os ouvintes adquirem a sua língua, no caso o português no Brasil, e vão para escola aprender a sua língua, os surdos tem também esse mesmo direito. Adquirir a sua língua desde a creche até para sempre e também ter essa língua ensinada na escola”, defende Tanya.
Pedagogo, o professor Emerson Machado é surdo e mudo e vive na pele a dificuldade para se comunicar com outros alunos em sala de aula. Saber que agora existe uma proposta de que a língua brasileira de sinais poderá ser ensinada nas escolas para estudantes ouvintes o deixou bastante entusiasmado.
O ensino da libras para surdos e para ouvintes para que possa ter uma interação é primordial para a aquisição da língua de sinais, tanto para crianças surdas que possam aprender e ouvintes também que futuramente venham desenvolver isso”, destaca.