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Bruno Borges não revelou à família onde esteve escondido por quase 5 meses, diz mãe

‘Pela aparência dele, parece que estava em alguma tribo, sítio ou chácara’, revela a mãe. Denise Borges conta que foi até Aparecida, em SP, para pedir à padroeira que filho voltasse.

A empresária Denise Borges disse que o filho, Bruno Borges, não contou onde estava escondido durante o tempo que ficou desaparecido. O estudante de psicologia retornou para casa, após quase cinco meses sumido, na manhã de sexta-feira (11). Para agradecer, Denise fez uma postagem no Facebook falando que a volta do filho foi um milagre concedido por Nossa Senhora da Conceição Aparecida.


Após o retorno, o delegado responsável pelo caso, Alcino Júnior, contou que a polícia não vê crime no sumiço do rapaz. Ainda segundo o delegado, a família também não deve ser responsabilizada, já que o desaparecimento foi voluntário e não constitui crime. O jovem vai ser ouvido na próxima semana.


O primeiro dos 14 livros de Borges entrou para a lista “não ficção” dos mais vendidos da semana, entre 24 e 30 do mês passado. O ranking é do site PublishNews, construído a partir da soma das vendas de todas as livrarias pesquisadas. A segunda obra do jovem já tem data para lançamento, disse a editora ao G1.


“Ele está debilitado, muito magro. Não falou onde estava, disse que não vai falar. Pela aparência dele, parece que estava em alguma tribo, sítio ou chácara. Não vai dar entrevista, não gosta. Disse que tem dom para escrever, não para falar”, contou.


Denise acredita que o retorno do filho é uma obra divina. Ela conta que estava em Aparecida, interior de São Paulo, pedindo à padroeira que trouxesse o jovem de volta, quando soube que Borges estava em casa com o pai. Para Denise, foram as constantes orações e a fé da família que trouxeram o estudante para casa.


“Vinha de joelho fazendo muita oração. Senti que tinha que ir em Aparecida, fui sozinha. Fiquei de joelho em frente a imagem e pedi para ela que se fosse para o bem de todos, que devolvesse meu filho. Assim como ela foi achada no rio por alguém, que ela também achasse meu filho. Ele disse que sentiu essa vibração e resolveu voltar. Lá em Aparecida, contei para o padre, que chorou, contei para as camareiras do hotel e todo mundo chorava. Acreditam muito nela e acham sim que foi um milagre, que ela tocou no coração dele”, diz.


Na sua página do Facebook ainda no sábado (12), Denise agradeceu a todos que ficaram ao seu lado e também enfatizou que Bruno voltou porque acredita que sentiu as vribrações e os pedidos constantes da mãe.


“Existe uma passagem na Bíblia que diz: ‘tua fé te curou”. Pois esta frase é para mim. Minha fé me deu pela segunda vez o meu filho. E de joelhos vou passar o resto de minha vida. Agradecendo a tudo e pedindo pelas mães que sofrem e pelos anjos que Deus mandou para minha vida”, destacou.


Relembre a história

Antes de sair da casa onde mora em Rio Branco, Bruno Borges deixou 14 livros escritos à mão e criptografados, com alguns trechos copiados nas paredes, teto e no chão do quarto. Deixou ainda uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, que custou R$ 10 mil.


Em maio deste ano, Marcelo Ferreira, de 22 anos, amigo do estudante, chegou a ser detido pela polícia pelo crime de falso testemunho. Na casa dele, a Polícia Civil encontrou dois contratos – um deles autenticado no dia do desaparecimento – que estabeleciam porcentagens de lucros com a venda dos livros. Ferreira teria ajudado Bruno no projeto.


Policiais também encontraram móveis do quarto do acreano na casa de outro amigo, Bruno Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote, que mora na Bahia, chegou a ser indiciado para depor na capital acreana, mas não compareceu, sendo indiciado indiretamente.


Em entrevista ao Bom Dia Amazônia exibida no dia 3 de julho, Ferreira contou que ajudou Bruno a montar o quarto e sabia do projeto, mas garantiu que não tinha conhecimento do desaparecimento, nem do local onde ele poderia estar vivendo.


Para a Polícia Civil, que investigou o caso, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem a situação. O sumiço de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho deixado por ele, informou na época o delegado Alcino Souza Júnior.


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