Bruno Borges foi ouvido pelo delegado que investiga o caso, Alcino Júnior, nesta terça-feira (15).
O estudante de psicologia Bruno Borges, de 25 anos, que reapareceu no último dia 11 após sumir por quase 5 meses, foi ouvido pelo delegado que investiga o caso, Alcino Júnior, na tarde de terça-feira (15). Ele reafirmou à polícia que planejou o sumiço, desapareceu por livre e espontânea vontade e que não foi coagido por ‘nenhuma força externa’, segundo informou a assessoria da Polícia Civil do Acre.
O inquérito sobre o desaparecimento já foi encerrado e ninguém mais deve ser ouvido, ainda conforme a assessoria. O delegado do caso foi procurado pela reportagem, mas não quis dar mais detalhes do depoimento.
Bastante magro e descalço, Bruno Borges voltou para casa no dia 11. As câmeras de segurança do local registraram o momento em que ele aperta o interfone e espera na frente da casa por mais uma hora. Um vizinho aparece e liga para o pai de Bruno, que se emociona ao encontrar o filho.
Antes de sair da casa onde mora em Rio Branco, Bruno Borges deixou 14 livros escritos à mão e criptografados, com alguns trechos copiados nas paredes, teto e no chão do quarto. Deixou ainda uma estátua do filósofo Giordano Bruno (1548-1600), por quem tem grande admiração, que custou R$ 10 mil.
Em maio deste ano, Marcelo Ferreira, de 22 anos, amigo do estudante, chegou a ser detido pela polícia pelo crime de falso testemunho. Na casa dele, a Polícia Civil encontrou dois contratos – um deles autenticado no dia do desaparecimento – que estabeleciam porcentagens de lucros com a venda dos livros. Ferreira teria ajudado Bruno no projeto.
Policiais também encontraram móveis do quarto do acreano na casa de outro amigo, Márcio Gaiote, que também teria participado na logística. Gaiote, que mora na Bahia, chegou a ser indiciado para depor na capital acreana, mas não compareceu, sendo indiciado indiretamente.
Em entrevista ao Bom Dia Amazônia exibida no dia 3 de julho, Ferreira contou que ajudou Bruno a montar o quarto e sabia do projeto, mas garantiu que não tinha conhecimento do desaparecimento, nem do local onde ele poderia estar vivendo.
Para a Polícia Civil, que investigou o caso, os contratos, e-mails e mensagens trocadas entre os amigos esclarecem a situação. O sumiço de Bruno foi parte de um plano para garantir a divulgação do trabalho deixado por ele, informou na época o delegado Alcino Souza Júnior.
Lançamento de livro
O primeiro dos 14 livros de Borges entrou para a lista “não ficção” dos mais vendidos da semana, entre 24 e 30 do mês passado. O ranking é do site PublishNews, construído a partir da soma das vendas de todas as livrarias pesquisadas. A segunda obra do jovem já tem data para lançamento, disse a editora ao G1.
O livro “TAC: Teoria da Absorção do Conhecimento” (Arte e Vida) tem 191 páginas nas quais o autor faz grande esforço para explicar sua criação.