Presidente do bairro diz que ação foi uma forma de ‘forçar’ um entendimento. Prefeitura passou manutenção de abastecimento para associações.
Há um tempo, a Prefeitura de Cruzeiro do Sul passou a responsabilidade da manutenção do sistema de abastecimento para as associações dos bairros da cidade. E o caso tem gerado impasse, principalmente, no bairro Aeroporto Velho, onde o presidente mandou cortar a distribuição de água nesta sexta-feira (11).
Em alguns bairros, os moradores estão pagando uma taxa estabelecida, em outros, algumas pessoas se apresentaram como voluntárias para a execução da tarefa. No Aeroporto Velho, foi estabelecida uma taxa de R$ 15 que não vem sendo paga pala comunidade e a associação resolveu deixar as famílias em água por um dia.
Edson Fidelis, presidente do bairro, diz que interrupção no fornecimento foi por um dia para motivar uma reunião e buscar um entendimento entre os moradores.
“Mandei cortar a água por um dia. Tivemos uma reunião e quem esteve presente concordou em pagar uma taxa para o pagamento de três pessoas que fariam a manobra. Ninguém pagou a taxa. Tomamos a decisão para dar um choque nos moradores. Se os moradores não aceitarem, devolveremos para a prefeitura o sistema, pois as pessoas não querem trabalhar de graça. Espero que a maioria aceite o pagamento”, explica.
José da Rocha, encarregado pelo Sistema de abastecimento do Município, diz que comunidade tem que arcar com a manutenção do abastecimento.
“Temos 38 sistemas de abastecimentos de água. O prefeito demitiu todas pessoas que trabalhavam nestes sistemas e passou para que as associações tomassem de conta. No Aeroporto Velho está havendo esse impasse. O presidente é que tem que reunir com os moradores e decidir o valor a ser pago, para que a associação possa custear o sistema”, enfatiza.
A aposentada Tereza Duarte da Rocha, de 75 anos, defende que o sistema seja repassado ao Departamento de Pavimentação e Saneamento (Depasa) porque não acha justo os moradores arcarem com o sistema.
“Temos um presidente do bairro. Não acho justo ele mandar cortar a água de nenhum morador. O povo não pode ficar sem água. Se o prefeito não pode pagar as pessoas para fazer o trabalho de ligar e desligar o fornecimento de água, que entregue o sistema ao Depasa. Não sou a favor de pagar para o presidente do bairro, se for pago ao Depasa será pago sabendo para onde vai. Pagando para o presidente, não sabemos para onde vai esse dinheiro”, reclama.
Uma nova reunião neste sábado (12) deve abordar esse impasse e discutir com a população qual medida será tomada.