Após passar por mais de 80 cidades, ‘Food Truck Festival’ chega em Rio Branco com 13 opções gastronômicas

Festival começa nesta quinta (17) e segue até 30 de agosto na Arena da Floresta. Caminhões oferecem opções gourmet de pratos como churros, hambúrgueres, nachos e sorvete.


Após passar por mais de 80 municípios, o ‘Food Truck Festival’ chegou em Rio Branco com 11 caminhões de comida, um de chopp e um de cinema. O evento começa nesta quinta-feira (17), às 18h, e segue até 30 de agosto na Arena da Floresta. Ao G1, a organizadora do festival, Michele Velho, de 31 anos, diz que o evento que reúne comidas gourmet como churros, hambúrgueres, sorvetes e nachos.


“Dentro desses caminhões há 11 receitas em cada um deles, todas bem variadas. Um dos exemplos é o ‘hot dog’ americano que é o ‘black box’ que não leva salsicha, nem ervilha, mas uma linguiça Blumenau, defumada, acompanhado de cebola crispy com queijo parmesão em um pão verde. Também temos o ‘El Loco’ que trabalha com comida estilo californiana. Então, a variedade é grande”, destaca.


Michele conta que o evento é realizado todo final de semana em uma cidade diferente do país. A ideia, segundo ela, surgiu em setembro de 2015 na cidade de Concórdia, em Santa Catarina. A mulher sempre trabalhou na organização de eventos como casa e construção, saúde, desfiles de moda e até casamentos. Foi nesses locais que ela sentiu a necessidade de uma comida de qualidade.


“A minha maior reclamação nesses eventos era a qualidade da gastronomia. Então, eu precisava de algo diferente e minha irmã comentou sobre os food trucks que haviam surgido em Florianópolis. Foi ai que convidei alguns para participar. No entanto, naquele final de semana, de quinta a domingo, choveu 80 mm, isso quase alagou a minha cidade. E, mesmo assim, 16 mil pessoas foram ao local em uma cidade de 80 mil habitantes”, lembra.



Após o primeiro evento, Michele entendeu que o que realmente atraiu o público foi o diferencial no atendimento, qualidade da alimentação e o ambiente cativante e nada convencional. A partir daí começaram as primeiras viagens pelo Brasil, em fevereiro de 2016. Inicialmente partiram para uma cidade a 90 km de onde ela morava, depois para Videira a 130 km de distância.


O evento despertou a curiosidade de prefeituras e também de outras pessoas que passaram a pedir a realização do festival nas cidades. Michele e os food trucks começaram por Santa Catarina e seguiram pra Rio Grande, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rondônia e agora o Acre.


“O festival passa na cidade automaticamente uma vez a cada ano. A gente faz todo um estudo econômico da cidade através da internet e vemos se o local possui food trucks na cidade, se possui pesquisas com interesse sobre isso e também a renda financeira se vale a pena”, explica.



Após Rio Branco, Michele diz que eles têm interesse em seguir para Cruzeiro do Sul, distante 648 km da capital acreana, mas temem ter problemas na BR-364 e ainda devem definir se vão passar pelo município. O festival também deve passar pela Vila Humaitá, em Porto Acre, e depois segue para o Amazonas.


Após cinco meses na estrada, o grupo viaja desde fevereiro, e decidiu fazer uma websérie que é divulgada no Facebook do evento. Toda sexta-feira é publicado um episódio sobre a passagem dos caminhões na cidade anterior e a experiência é compartilhada com os moradores e também pessoas que querem conhecer outros municípios.


Michele diz que a viagem também é importante para desmistificar estereótipos sobre os estados que não são da região Sul. A organizadora destacou ainda o desenvolvimento encontrado em estados como Mato Grosso, Rondônia e Acre e o potencial econômico e social de cada um deles.


“Sabe aquela brincadeirinha de “vamos separar o sul do resto do Brasil?”, as pessoas não têm noção do que tem aqui em cima. As pessoas não tem essa visão, acredito que até um pouco por causa da mídia, algumas acabam não mostrando tudo que se tem de bom aqui, mas tem um baita potencial. Até brinquei dizendo que queria ser organizadora de eventos aqui no Acre”, conta.


Sorvete da Sorte

Luiz Carlos Morfim, de 25 anos, é dono do food truck “Sorvete da Sorte” que é baseado em sorvetes americanos com casquinha colorida e coberto de Nutella e Kit Kat. Antes de dirigir o caminhão, Morfim trabalhou com política e também foi proprietário de uma agência de publicidade. Antes disso ele já havia trabalhado com gastronomia no restaurante dos pais.


“Eu trabalhava no meio gastronômico, depois saí e acabei voltando, dessa vez com a tendência do food truck que chegou em Florianópolis, sou de Santa Catarina, e começou a ter vários caminhões”, lembra.



O proprietário do food truck conta que o surgimento da gastronomia neste formato é muito interessante, mas o grande desafio é conseguir manter o caminhão. Ele lembra que a inauguração do Sorvete da Sorte foi muito boa, mas em seguida chegou a época de frio e chuva.


“Logo na sequência conhecemos a Michele, começamos a fazer os eventos dela e a seguir viagem. A partir de então, não paramos mais, começamos participando uma vez por mês, depois uma vez a cada 15 dias, toda semana e agora estamos nessa loucura de viajar o Brasil inteiro, já passamos por boa parte do Brasil levando a gastronomia do Sul para todo o país”, destaca.


Morfim diz que o sucesso do festival é causado devido ao “fator novidade”. Ele explica que esse é o segredo, pois toda vez que chegam a uma cidade têm um diferencial, o que acaba atraindo o público. Além disso, em cada cidade, acabam encontrando muita diversidade cultural e adquirindo várias experiências.


“A gente tinha uma visão muito diferente antes de sair da nossa realidade em Florianópolis, as cidades são parecidas, lá temos uma cidade colada na outra, então, você anda 10 km e está em outra cidade, aqui a gente tem que andar até 500 km para chegar em outra cidade, é outra realidade. No Acre as pessoas recepcionam muito bem a gente, têm cidades que são mais fechadas”, afirma.



Para Morfim, a principal diferença entre ter um restaurante fixo e um food truck é sair da zona de conforto e da rotina se reinventando todos os dias. Além disso, na estrada é preciso correr atrás do público alvo ao invés de esperar que ele vá até você.


“A ideia é levar a novidade para todo o Brasil. Então, a gente sai da nossa zona de conforto e vai em busca do diferente. Lá temos uma sorveteria em cada esquina. É o divertido de viajar, além de conhecer outras culturas e lugares, que entre uma horinha e outra a gente sempre tenta fazer um passeio diferente, tenta fazer um turismo”, finaliza.


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