‘Vamos Falar o Acreanês’ foi lançado na última semana. São 115 páginas de expressões acreanas e resgate cultural.
Natural do Rio Grande do Sul, o desembargador do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), Pedro Ranzi, lançou na última semana uma coletânea que reúne diversas expressões tipicamente acreanas.
O livro “Vamos Falar o Acreanês”, com 115 páginas, foi lançado pela editora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Edufac, e está disponível para download na internet e também teve uma tiragem de mil exemplares.
Aos 70 anos, Ranzi conta que a ideia do livro surgiu porque quando chegou ao Acre, há cerca de 50 anos, tinha dificuldade para entender o vocabulário. “Então, resolvi começar a anotar as coisas que eu ouvia e seus significados. Como eu andava muitos nos seringais e percorri quase todos os rios desse estado, as expressões do tempo da seringa eram ainda mais complicadas”, revela.
O desembargador que tinha e mantém o costume de andar com a caderneta anotava todas as palavras e seus significados, fazendo, inconscientemente, um arquivo da linguagem usada na época e que vem se perdendo aos poucos.
“O livro surgiu dessas anotações de muito anos. Eu pedia para a pessoas repetirem a expressão, porque chamava a atenção mesmo. E vejo que essa linguagem está se perdendo com a chegada do WhatsApp e outras redes sociais. Pelo menos, a linguagem dos jovens já é outra”, destaca.
O livro está no site da editora da Ufac e, segundo Ranzi, foram impressas mil cópias físicas, que devem estar disponíveis nas livrarias de Rio Branco por R$ 20. “A parte do dinheiro arrecadado vou destinar ao Educandário Santa Margarida. Também estou trabalhando em duas novas obras, a questão é tempo”, diz.
As expressões são das mais divertidas, desde “a carne reina e o cão atenta” até “a passo de crã, se não acabar hoje, acaba amanhã”. Todos com os devidos significados. O dicionário também reúne nome de lugares do estado.
Sobre o autor
Natural de Espumoso (RS), o desembargador Pedro Ranzi formou-se em direito pela Universidade Federal do Acre (UFAC). Em Cruzeiro do Sul, foi secretário geral do município em 1970 e prefeito no ano seguinte. Também coordenou o curso de direito e coordenou a assessoria jurídica da Ufac.
Atuou como assessor técnico http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo do Tribunal de Justiça do Acre. Em fevereiro de 1988, foi nomeado juiz de direito substituto, atuando na 1ª Entrância na Vara Criminal da Comarca de Cruzeiro do Sul; na 2ª Entrância da 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco, além de coordenador do Juizado Especial Criminal da Comarca de Rio Branco e Juiz eleitoral da 9ª Zona.
Em junho de 2005, assumiu o cargo de desembargador do TJ-AC. Foi vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) durante o biênio 2005-2007 e vice-presidente do Tribunal de Justiça no biênio 2007-2009.
Exerceu a Presidência do TJAC no biênio 2009-2011 e a Presidência do TRE-AC no biênio 2011-2013, período em que também foi Presidente da Câmara Criminal do TJAC e Corregedor Geral da Justiça do Acre (biênio 2013-2015).