Mantenedora de uma unidade para dependentes químicos, o Centro de Recuperação Lucimar Lucena Ramos, a empresária e ex-deputada federal, Antônia Lúcia Câmara, classificou como ridícula e temerária a declaração do líder do governo na Assembleia Legislativa do Acre, deputado Daniel Zen (PT), de que a legalização das drogas é uma forma de diminuir os índices de violência.
Antônia Lúcia afirmou à reportagem da Folha do Acre que ao invés de se preocupar em discutir a legalização das drogas, o Estado deveria se preocupar em adotar medidas emergenciais que coloquem fim à guerra urbana estabelecida conta o confronto de facções criminosas e em auxiliar na recuperação de milhares de pessoas vítimas da dependência química.
“O que temos agora no Acre é uma situação que exige medidas emergenciais e não que nos venham propor esse tipo de debate, como a legalização das drogas. O problema é mais complexo do que o deputado faz parecer e ele deveria acessar dados sobre a dependência química e todos prejuízos que ela causa antes de falar algo desse tipo”, diz.
A ex-deputada federal afirma que é totalmente contra a legalização das drogas por conta dos prejuízos que o consumo de tais substâncias provocam ao indivíduo e na sociedade em geral.
“Nós estamos falando da perspectiva da liberação de drogas que comprovadamente devastam milhares de vidas no nosso país, encarecendo o Sistema Único de Saúde, inclusive”, diz ao ressaltar que o uso de drogas pode provocar problemas psiquiátricos.
A empresária disse que diante de uma possível liberação do uso da maconha haveria ainda mais jovens pobres entrando por um caminho de destruição.
“Acompanhamos diariamente o drama de centenas de famílias carentes que perdem seus filhos para o vício e isso é um caminho sem volta. Se liberar um tipo ou dois de drogas logo se abrirá a portas para drogas mais letais como o crack que tem vitimado milhares”, diz.
A respeito do uso de drogas, no Relatório Mundial Sobre Drogas de 2015, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) destaca que cerca de 246 milhões de pessoas, ou um pouco mais de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos de idade, usaram drogas ilícitas em 2013. Usuários de drogas problemáticos somaram por volta de 27 milhões, das quais quase metade são pessoas que fazem uso de drogas injetáveis. Só no Brasil, o índice é de mais ou menos seis milhões de brasileiros dependentes químicos, o equivalente a 3% da população geral.