Servidores prometem que irão acampar na Casa Rosada a partir desta quarta-feira
Um clima de revolta e indignação tomou conta do prédio da Seaprof, orgão onde estavam lotados 33 servidores da extinta Companhia de Armazéns e Entrepostos do Acre (Cageacre). Em decisão transitada em julgado, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o imediato afastamento dos servidores, que ingressaram no serviço público sem concurso.
A sentença havia saído no início do mês, mas somente na manhã desta terça-feira (18) a direção da empresa assinou as demissões. “Isso é uma questão política, ou seja, o governo poderia ter evitado o problema mas, ao invés disso, mentiu garantindo que nenhum pai de família seria demitido”, desabafou o representante sindical da classe, Ademir Menezes , informando que os servidores irão acampar na Casa Rosada a partir de quanta-feira (19).
Por causa da proximidade com o tempo para as aposentadorias, vez que todos têm média de 30 anos de serviço e 55 anos de idade, o sindicalista propõe que o governo faça um contrato terceirizado e absorva os servidores demitidos. “É o mínimo que se pode fazer”, disse Menezes, que acompanha o processo há mais de 20 anos. “Infelizmente é irreversível”, lamenta.
Maria do Socorro Viana, de 58 anos, era uma das mais revoltadas. Depois de trabalhar 11 anos no Colonacre, ela foi lotada na Cageacre, onde trabalhou por mais 26 anos. “Os meus colegas que não possuem tempo para as aposentadorias terão apenas o direito ao FGTS”, explicou a servidora. “Em quase 40 anos de existência, a Cageacre nunca realizou um concurso público”, relatou Cledinaldo Pessoa de Lima, outro demitido.
A reportagem tentou falar com o diretor Administrativo e financeiro responsável, Roosevelt Arnaldo de Matos, mas ele não quiser comentar as demissões. Tentamos também falar com diretor-presidente, Daniel Melo, mas ele não se encontrava em sua sala. As ligações para o seu telefone 99xxx-9717 cairam na caixa de mensagens.