Nomes mais votados em 2014 e as suas atuações na Câmara dos Deputados
Russomano, Tiririca, Bolsonaro e Feliciano. Estes foram os quatro nomes de deputados mais votados nas eleições de 2014. A reportagem de Marcella Fernandes, do HuffPost Brasil, revela o que fizeram – de 2015 a julho de 2017 – os quatro deputados federais.
Celso Russomanno (PRB-SP) teve 1.524.361 votos em 2014 e foi o deputado mais votado do Brasil. Ex-apresentador de televisão e especialista em Direito do Consumidor, ele está no 5º mandato na Câmara. O parlamentar gastou, de janeiro de 2015 a julho de 2017, R$ 518.546,40 em cota parlamentar e não participou de qualquer missão oficial nesta legislatura.
Russomano esteve presente, neste ano, em 58 de 60 sessões deliberativas (97% de presença). Em 2016, compareceu a 81 de 94 sessões (86%) e em 2015, 115 de 125 (92%).
O parlamentar é titular na Comissão de Defesa do Consumidor e de outras quatro comissões especiais. Ele é suplente na Comissão de Relações Exteriores e em outras quatro comissões especiais. Além disso, foi suplente na Comissão de Segurança Pública.
Nesta legislatura, a única proposição em que é um dos autores transformada em norma jurídica foi o PL-4639/2016, que autoriza a produção e o uso da fosfoetanolamina sintética aos pacientes com câncer. A proposta deu origem à Lei Ordinária 13269/2016.
No entanto, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) suspendeu, em março deste ano, a inclusão de novos pacientes nos testes com a substância conhecida como a “pílula do câncer” porque os testes com 72 voluntários não mostraram evidências de que o produto seja eficiente para combater tumores.
Desde 2015, Russomano também relatou seis propostas, todas na Comissão de Defesa do Consumidor. Quatro foram aprovadas e duas aguardam deliberação.
Tiririca teve 1.016.796 de votos e, desde 2015, compareceu a todas as 279 sessões deliberativas em plenário. Nessa legislatura, o deputado é titular da Comissão de Cultura e da Comissão de Turismo. O parlamentar não integra outros colegiados nem como suplente.
No mandato atual, não relatou nem foi autor de qualquer projeto que tenha se tornado norma jurídica. No mandato anterior, de 2011 a 2015, a única proposta de sua relatoria que se tornou lei foi a que dá o título de “Capital Nacional do Antigomobilismo” ao município de Caçapava (SP).
Desde 2015, Tiririca relatou seis projetos de lei, todos na Comissão de Cultura. Os textos tratam de nomeações de viadutos, da criação do Dia Nacional do Condutor de Ambulância e do Dia Nacional do Zootecnista e do título de “Capital Nacional do Morango” ao município de Atibaia (SP).
Tiririca gastou R$ 371.180,99, de janeiro de 2015 a julho de 2017, e não participou de qualquer missão oficial nesta legislatura.
Jair Bolsonaro foi o campeão de votos no Rio, com 464.572 votos. Neste ano, o deputado foi a 49 de 60 sessões deliberativas (82% de presença). Em 2016, compareceu a 89 de 94 sessões (95%) e em 2015, 121 de 125 (97%). O parlamentar está em seu sexto mandato na Câmara dos Deputados.
Bolsonaro gastou R$ 807.101,61de cota parlamentar desde 2015. Ele é titular da Comissão de Educação e da Comissão de Relações Exteriores, além da comissão para acompanhar a crise no Rio. Integrou também a Comissão de Direitos Humanos e a De Segurança Pública em 2015, além do colegiado que analisou o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
Atualmente, é suplente da Comissão de Segurança e de outros dois colegiados. Integrou ainda outras quatro comissões como suplente, incluindo a que discutiu a redução da maioridade penal e a CPI da Funai.
Nesta legislatura, não relatou qualquer proposta que tenha se transformando em lei. Junto com Russomanno, Bolsonaro é um dos autores do projeto que liberou a “pílula do câncer”.
Bolsonaro foi relator de três projetos de lei que estão em tramitação. Dois pareceres do parlamentar foram aprovados em comissões e um ainda não foi votado.
Marcos Feliciano teve o apoio de 398.087 eleitores no último pleito. Ele é o quarto deputado na lista dos mais votados.
Desde 2015, foram R$ 1.017.199,08 gastos em cota parlamentar. Feliciano esteve presente em 55 das 60 sessões deliberativas (92%), em 2017. A assiduidade foi de 94% em 2016 e de 78% em 2015.
O deputado está no segundo mandato na Câmara e de maio de 2016 a fevereiro de 2017 foi líder do PSC.
Feliciano é titular da Comissão de Seguridade Social e a de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, além de outros quatro colegiados, sendo um que analisa proposta sobre ensino religioso e outro sobre aborto.
O parlamentor foi titular da comissão do impeachment de Dilma Rousseff, integrou a comissão a do Estatuto da Família, além das comissões de Constituição e Justiça (CCJ), Direitos Humanos, Educação e de Cultura e quatro CPIs.
Como suplente, faz parte da CCJ e da Comissão de Ciência e Tecnologia e da que discute a Escola sem Partido. Também integrou como suplente as comissões da reforma trabalhista e da Previdência.
Nesta legislatura, não relatou qualquer projeto de lei que tenha se transformado em norma, e também não é autor de qualquer proposta que tenha dado origem a uma lei.
Feliciano foi designado relator de cinco PLs em tramitação, os pareceres de dois foram aprovados, ambos sobre nomeação de viadutos.
A reportagem tentou contato com os deputados, mas eles não quiseram comentar a atuação na Câmara.