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Psicóloga explica diferença entre tristeza e depressão: ‘a dor emocional não é visível’

Karoline Brilhante destacou alguns sintomas de depressão e alertou alguns sinais que a doença pode dar. Entrevista foi concedida ao Acre TV desta segunda-feira (31).

Isolamento, cansaço, tristeza recorrente e dor emocional. Esses são alguns sintomas que podem indicar que a pessoa está com depressão. Mas, você sabe diferenciar tristeza de depressão? A psicóloga Karoline Brilhante esteve nos estúdios do Acre TV nesta segunda-feira (31) para orientar e dá algumas dicas de como perceber que alguém próximo pode estar precisando de ajuda.


“A gente confunde muito a tristeza com a depressão, que é quando você começa a perceber que o seu dia a dia não está mais tão comum, que aquela tristeza começa a se tornar cada vez mais frequente e cada vez mais difícil de controlar. Quando a forma que você ataca esse problema não está mais resolvendo e se estende cada vez mais e vai piorando e você não consegue controlar isso, então aí você começa a perceber os sinais e os sintomas”, explica.


A depressão é uma doença de muito fatores, logo, é difícil ser diagnosticada por algum algum isolado. Um ponto a ser analisado, segundo a especialista, é a mudança de comportamento e sentimentos extremos.


“O interessante seria que todos nós pudéssemos ter essa facilidade de fazer uma avaliação com um psicólogo. E não deixar para ir quando você já está com uma situação crônica”, pontua.


As dificuldades e os sentimentos de tristezas podem desencadear pensamentos pessimistas e até de morte. “Quem nunca passou por um problema de dificuldade, quem nunca pensou na morte como uma solução? Como uma proposta”, destaca.


Para iniciar o tratamento, o primeiro passo é aceitar que está doente e precisando de ajuda. Karoline diz que a chegada ao consultório e o pedido de ajuda são grandes vitórias.


“Quando você procura ajuda, você está dando o primeiro passo e esse primeiro passo é o mais importante. Se você chega até o ponto de pedir ajuda, dali em diante é um processo de tempo. É importante você ter a compreensão de que o tratamento pode ser prolongado e às vezes a gente até se surpreende. Às vezes a gente consegue encontrar um resultado eficaz mais cedo”, salienta.


Ela destaca ainda que a depressão, se tratado o problema raiz, tem menos possibilidade de rescindir. Quando se trata apenas sintomas, pode ser que a pessoa volte a ter algumas crises internas e recaídas. “A questão não é você evitar o sentimento de tristeza, mas como você lida com ele”, completa.


Por fim, Karoline diz que até o pedido de ajuda, a pessoa que está depressiva já tem passado por várias crises internas até reconhecer que está doente.


“O mais importante de tudo é não rotular, quando a sociedade passa a rotular, quem passa pelo problema não quer aceitar, você começa a rotular a sua própria cura. A dor emocional, por não ser visível – diferente de quando você se machuca, que sofre um acidente e todo mundo sabe que dói – mas quando é emocional é algo que você não enxerga, então não dói? Aquela pessoa sabe muito bem o que está doendo e é pior porque é invisível e você não sabe como atacar o problema, se torna muito mais desesperador do que você imagina”, finaliza.


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