Meu Malvado Favorito 3 | Crítica

Franquias não são fáceis de trabalhar. O primeiro filme sempre é o mais difícil, porque ninguém conhece, então é preciso ser muito criativo para chamar atenção do público em meio a tantos lançamentos. Já o segundo, se leva a vantagem de ter seus personagens e universo conhecidos, geralmente não consegue se reinventar e superar o original.


No caso de Meu Malvado Favorito (Despicable Me), isso fica bem visível. Apesar de críticas mais favoráveis, o primeiro filme teve resultado de bilheteria bem menor do que a sua sequência. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve um acréscimo de quase 50% de faturamento de um longa para o outro, enquanto a bilheteria ao redor do globo quase dobrou, passando de US$ 543 milhões do original para US$ 970 milhões na continuação. E não vamos nem colocar na conta o fraquíssimo filme dos Minions (2015), que conseguiu fazer ainda mais dinheiro.


A boa notícia é que as pessoas envolvidas com a parte artística geralmente se preocupam com o conteúdo e não apenas com o dinheiro e surgem por aí, vez ou outra, continuações que são boas e não meros caça-níqueis. Caso de Meu Malvado Favorito 3 (Despicable Me 3, 2017).


A história tem três tramas paralelas. Na primeira, Gru (Steve Carrell no original e Leandro Hassum no Brasil) e sua esposa Lucy (Kristen Wiig/Maria Clara Gueiros) partem na tentativa de capturar um dos maiores vilões do mundo: Balthazar Bratt (Trey Parker, de South Park/Evandro Mesquita). Na segunda, Gru descobre que tem um irmão gêmeo, Dru, e vai tentar recuperar o tempo perdido. E por último, um grupo de Minions se rebela e sai de casa atrás de um novo mestre com quem vão poder praticar vilanias.


O simples fato de criar estas camadas diferentes já chama atenção, pois mostra a preocupação em mostrar algo novo na tela. E o desenvolvimento é muito divertido. Bratt é um ex-astro-mirim da década de 1980 que ganhava a vida em uma série de TV sendo malvado e que, ao crescer, tem seu show cancelado e resolve manter-se no personagem, tornando-se um vilão que faz tudo ao som de músicas da sua época. O visual é meio George Michael, com bigode de Freddie Mercury e danças de Michael Jackson com guitarras de Van Halen. Já Dru, vai fazer de tudo para levar seu irmão gêmeo novamente para o lado negro da força, como manda a tradição familiar.


As piadas aparecem de todas as formas. Algumas são visuais, outras em texto ou ainda como referências aos anos 1980, que as crianças certamente não vão entender, mas muitos pais vão dar risada ou ficar lembrando do tênis que tinha uma bombinha para ficar mais firme no pé e outras velharias.
Como sabemos que as franquias vão continuar sendo produzidas enquanto estiverem fazendo dinheiro, é um alívio ver uma animação que se conhece bem o suficiente para entender o que é legal e as pessoas querem ver de novo e como usar isso para ir além.


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