Homem-Aranha: De Volta ao Lar | Crítica

O título Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spiderman: Homecoming) já resume a história que todos os fãs do herói nos quadrinhos conhecem muito bem. Não é preciso contar tudo mais uma vez, assim como não é preciso recontar toda a história de origem do personagem. Tudo está muito fresco nas mentes das pessoas. Era, enfim, a hora de deixar o passado para trás, aproveitar todo o sucesso do universo Marvel nos cinemas e, como diz o título, voltar para casa. Recomeçar.


E que início promissor! O longa começa revelando como Michael Keaton se tornou o Abutre sem vilanizar o personagem. Há ali uma história humana que poderia ser real e que levanta uma questão: quantos de nós não tomaríamos as mesmas decisões que ele tomou? Juntam-se a ele e vão ganhando destaque ao longo do filme outros inimigos já bem conhecidos do Cabeça de Teia, como Shocker, Escorpião e o Construtor, todos com seus propósitos bem definidos e muito trabalho com as sucatas dos chitauri que destruíram parte de Manhattan no primeiro Vingadores (Avengers, 2012). Equilíbrio entre personagens, cânone e universo compartilhado que deixa os fanboys e fangirls felizes de ver.


Após a vinheta da Marvel – com fundo musical da clássica trilha sonora da série de TV do aracnídeo – a atenção se volta para o protagonista. Acompanhamos toda a ação do Peter Parker versão youtuber em sua viagem a Berlim, quando ajudou Homem de Ferro na Guerra Civil que dividiu os Vingadores. Com estética atual, o vídeo revisita a primeira aparição de Tom Holland como o novo Homem-Aranha e mostra tudo o que aconteceu de um novo ponto de vista, como quando Marty McFly retorna à Pinewood em De Volta Para o Futuro 2 – as referências também incluem uma homenagem a Curtindo a Vida Adoidado e muitos easter-eggs do aracnoverso.


Quem assistiu aos trailers já sabe o que esperar da história. Os vídeos promocionais mostraram mais da trama do que deveriam. O longa, porém, vai além disso. É como se conhecêssemos a receita, mas há ainda muitos sabores escondidos ali no recheio. E que delícia de recheio! Finalmente, depois de cinco filmes, assistimos à vida de Peter Parker no colégio e os problemas que a adolescência traz a um garoto que, entre as aulas de química e espanhol, quer usar seus poderes com responsabilidade. Estão lá também as situações cômicas em que ele acaba se envolvendo por pura imaturidade.


Tom Holland, recém saído de sua adolescência, consegue imprimir estes dramas. Qualquer pessoa vai se lembrar dos dilemas emocionais, dos frios na barriga e das pernas bambas quando se está perto daquela pessoa do colégio por quem você é apaixonado. A diferença é que por baixo da camiseta, jeans e casaco está um collant azul e vermelho. E aí podemos sentir a dor do personagem na hora de escolher entre ficar perto de Liz (Laura Harrier) ou ir atrás de uma explosão suspeita.


Diferente de vários outros filmes de heróis que aparecem por aí, Homem-Aranha: De Volta ao Lar não deixa de lado o que Peter Parker é como ser humano. Ele quer ser aceito. Quer mostrar que é capaz. Estamos falando da essência, daquilo que faz o personagem ser um dos mais amados do mundo. Apesar dos superpoderes que vieram da picada daquela aranha radioativa, Peter Parker é gente como a gente. Com muito bom-humor, cenas de ação que não tentam destruir o mundo a cada 30 minutos e muito drama pessoal, De Volta ao Lar é o filme que os fãs queriam tanto ver. Bem-vindo, Amigão da Vizinhança!


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