Família que vende sopa há mais de 15 anos em Rio Branco diz que segredo é ‘tempero de mãe’

Cheila e Dalcidio têm uma soparia no Segundo Distrito da capital. Empresário diz aprendeu receita com a mãe e aprimorou para o gosto acreano.


Macarrão, carne e muitos legumes mergulhados em um caldo de feijão bem temperado, revigorante e com aquele sabor de infância. A sopa do casal Cheila Nascimento, de 49 anos, e Dalcidio da Cunha, de 67, não parece ter mistério, mas o prato atrai clientes de vários locais até o bairro Santa Inês, na periferia de Rio Branco, há 16 anos.


Resistente em revelar os demais ingredientes da sopa, Cheila se limita a dizer que o diferencial é o “tempero de mãe”. O negócio foi iniciado em 2001 por Cunha, catarinense, ex-motorista de ônibus, transferido para o Acre na década de 1980. Casou-se com a acreana e juntos decidiram fechar um pequeno comércio no bairro Triângulo e investir no ramo alimentício.


Cunha diz que a receita veio da infância, aprendida com a mãe em Santa Catarina. Em terras acreanas, porém, modificações precisaram ser feitas para combinar com a região. Atualmente, a média vendida é 150 litros por dia. O preço varia conforme o tamanho: R$ 9 inteira e R$ 7 meia – ambas acompanhadas com um ovo cozido e pão (aquele de hambúrguer) esquentado na chapa.



“Em 2011, tirei férias no Paraná e, quando voltei, decidi parar com o mercado. Vi que o pessoal gosta muito de sopa no Acre e comecei a fazer. Minha mãe fazia sopa, aprendi com ela e só fiz as modificações. Fomos aprimorando com o tempo e o povo elogia muito”, diz Cunha.


Orgulhoso, o empresário comenta que a divulgação da “Soparia do Cunha” é feita quase que exclusivamente pelos próprios clientes. Cheila, que cuida da cozinha, acrescenta que o sucesso se deve ao fato da comida praticamente não ter gordura – uma preocupação real da cozinheira.


“As pessoas falam muito da sopa não ser gordurosa. Não vai carne com gordura nem muito óleo. Usamos apenas o ideal. É quase inteiramente vegetal. Nunca fiz curso de gastronomia, mas procuro fazer as coisas com carinho, como se fossem para mim. O tempero tem que ser algo que faça o cliente querer de novo, tempero de mãe”, diz.


Doação

Cunha ressalta que outro diferencial do restaurante é que não existe reaproveitamento de um dia para outro. Todo o excedente de sopa e de outros alimentos são doados para grupos conhecidos da família, como uma casa de imigrantes e outra de ex-seringueiros.


“A sopa é feita todo dia, não tem reaproveitamento. Se sobrar, nós temos a tradição de doar. Pela manhã, os imigrantes, ex-seringueiros e até caminhoneiros já nos ligam perguntando se tem. Em último caso, se não tiver para quem dar, derramamos para as galinhas”, fala.


Apesar da sopa ser o carro-chefe, o estabelecimento também oferece aos clientes outros pratos, como canja, rabada, pizza, sanduíches, panquecas, lasanha e sucos. “Atendemos pessoas de todos os bairros e é isso que nos motiva. É muito gratificante quando chega alguém de longe para tomar nossa sopa”, finaliza Cheila.



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