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Em ocorrência com ar-condicionado, professor dá soco em delegado, é preso e família denuncia agressão

Delegado diz que identificou ‘gato’ de energia e deu voz de prisão ao professor que resistiu; família diz que professor foi agredido pela polícia e fraturou costela.

Uma ocorrência que envolvia um cano de ar-condicionado em uma propriedade no Bujari, no interior do Acre, terminou com o delegado Pedro Resende, da Polícia Civil, levando um soco no rosto e o suposto agressor, o professor Manoel de Abreu, de 52 anos, no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). A família de Abreu acusa a polícia de agressão. O caso ocorreu ainda na quarta-feira (26).


O cano – de um comércio – foi parar no terreno de Abreu, que chegou a anunciar que resolveria o problema por conta própria. O dono do estabelecimento comercial, por sua vez, prestou queixa contra o professor devido à ameaça. O delegado Pedro Resende foi à casa do professor, segundo ele, para tentar resolver o problema dos vizinhos sem a necessidade da judicialização do caso.



“Fui ao local, chamei o professor e expliquei a situação. Ele disse que não queria acordo e falei que não haveria problema. Avisei ao dono do mercado que tocaria os procedimentos. Estava me preparando para ir embora quando pessoas da rua falaram que tinha um ‘gato’ na construção de um imóvel [no terreno do professor]”, conta Resende.


O delegado afirma que entrou no terreno e, após certificar-se que a propriedade era de Abreu, deu voz de prisão por furto de energia elétrica. O homem teria resistido e deu um soco no rosto de Resende. “Teve que juntar três policiais para segurá-lo. Todos caíram e, provavelmente, foi nesse momento que bateu o rosto e teve as escoriações”, fala.



Por outro lado, a filha do professor, que pediu para não ter o nome divulgado, diz que Resende entrou no imóvel sem nenhuma autorização e começou a discussão. Segundo a mulher, o pai foi agredido pelos policiais no local da abordagem e também dentro da delegacia da cidade, local para onde foi levado. Ela também foi detida pelo suposto ‘gato’.


“Teve porrada mesmo, tanto que meu pai tirou líquido do pulmão, fraturou a costela e está internado sem previsão de alta. O levaram para a delegacia, eu fui até lá e escutei ele gritando. Eu fui enquadrada pelo furto de energia [porque é a dona do imóvel] e meu pai por tentar agredir o delegado e resistência à prisão”, denuncia.


Resende nega as agressões a Abreu. Ele diz que voltou à delegacia para tirar fotos do rosto machucado e se deslocou a Rio Branco para ser submetido ao exame de corpo de delito. Outro delegado foi acionado para lavrar o flagrante e dar continuidade à ocorrência.


“Ele foi colocado dentro da viatura e levado por policiais caracterizados. Só tivemos contato na hora do fato. Ele se debateu e caiu para ser detido. No interrogatório, confessou que me agrediu e agora diz que foi agredido na delegacia. Isso não aconteceu”, ressalta.


Resende acrescenta que a ligação direta no imóvel em construção chegou a ser desfeita, o que seria uma tentativa de ocultar as provas do crime. Abreu e a filha tiveram que pagar fiança – cada um de 5 salários mínimos – para serem liberados da delegacia, ainda na quarta.


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