Sindepac se posicionou contra a medida do governo anunciada na quinta (20). Presidente da Fecomercio acredita que litro do combustível pode chegar a R$ 6 em algumas cidades do Acre.
Um levantamento feito em janeiro deste ano pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostrou que o Acre é o estado com o maior preço do litro de gasolina no país. E nesta semana, o governo anunciou um aumento da tributação sobre os combustíveis e um bloqueio adicional de R$ 5,9 bilhões em gastos no orçamento federal.
Em nota, os ministérios da Fazenda e do Planejamento informaram que será elevada a alíquota de PIS e Cofins sobre os combustíveis. O aumento começa a valer nesta sexta (21). Segundo o governo, a tributação sobre a gasolina subirá R$ 0,41 por litro.
O preço do combustível para o acreano vai ficar mais amargo ainda. Neste sábado (22), alguns postos da capital já haviam reajustado os valores. A gasolina comum varia de R$ 4,26 e até R$ 3,99 o litro em alguns postos que anunciaram promoção com pagamento em dinheiro. Já em Cruzeiro do Sul, o preço subiu de R$ 4,70 para valores que chegam até R$ 4,98 o litro.
O Sindicato dos Postos de Combustíveis no Acre (Sindepac) se manifestou através de nota e lamentou o aumento dos impostos PIS e Cofins, que refletem no valor do combustível. Disse ainda que alguns donos de postos que possuíam estoque conseguem manter o preço ao consumidor mais barato, mas outros já tiveram que reajustar.
Em junho deste ano, os motoristas de Rio Branco comemoraram uma redução no preço do combustível. Gerentes de três postos visitados na época confirmaram a redução, sendo que em um deles o valor da gasolina comum havia baixado em mais de 2%. Em outra distribuidora, a gasolina comum baixou de R$4,16 para R$ 4,14.
Já em Cruzeiro do Sul, no começo deste mês, os condutores criticaram a redução que não chegou até as bombas da segunda maior cidade do Acre. O litro da gasolina era vendido por R$ 4,70, agora esse valor pode chegar a R$ 4,98, um aumento de R$ 0,28.
Quem se posicionou também contra a medida do governo federal foi o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), Leandro Domingos. Ele disse, em entrevista ao Acre TV deste sábado (22), que espera que o reflexo desse aumento nãos seja ainda mais negativo para e economia do país.
“Em muitos setores da economia estamos vivendo uma deflação, que quer dizer que os empresários estão vendendo a preços muito baixos, abaixo do que estão pagando para as indústrias e isso é nefasto. Vamos esperar que o reflexo dessa medida do governo seja positivo e que esteja certo, mesmo em detrimento da atividade econômica, mas que em médio prazo, isso dê um efeito positivo e a economia volte a crescer”, disse.
Ele também informou que em algumas cidades do Acre, mais distantes da capital, o preço do combustível pode chegar a R$ 6.
“Isso é um absurdo. A gente não pode pagar um insumo tão caro como é o preço do combustível no Acre. Esperamos que essa medida possa sanear as contas públicas do governo e a nossa economia volte a crescer, porque temos certeza, pelo que a gente tem visto, ouvido e pesquisado, é que as empresas não suportam mais tanto tempo viver na condição em que vivem, com a atividade econômica desaquecida”, finaliza.