Evento marca a abertura da Expoacre 2017. Este ano, não já participação de comitivas.
A tradicional Cavalgada, que marca a abertura da Expoacre, maior feira de agronegócios, está em um ano de mudanças. Além de voltar a ser no sábado após três edições sendo no domingo, este ano, o evento também não conta mais com as chamadas comitivas, que fazia o trajeto com carretas de som.
Os apaixonados pela cultura country se concentraram no calçadão da Gameleira, no Segundo Distrito da capital, a saída, que estava marcada para às 8h30, foi às 9h. O percurso pela Via Chico Mendes, de aproximadamente cinco quilômetros, se estende até as proximidades do Parque de Exposições Marechal Castelo Branco.
Camarotes também foram montados alo longo da Via Verde. Os ingressos variam de R$ 90 a R$ 100.
A secretária de Turismo, Rachel Moreira, pontuou as mudanças no evento, mas diz que a organização acredita que a festa vai ser bonita e vai resgatar a Cavalgada como antigamente. Ela destacou ainda o aumento de 200% dos cavalos em relação ao ano passado. Este ano 600 cavalos foram inscritos contra apenas 200 em 2016.
“Esse ano é de mudança e precisa ser moldado. A gente tem uma boa expectativa dentro do novo modelo, que é sem a participação das carretas. É bom que diga que as carretas não participam, não porque as regras delas mudaram, mas porque os empresários decidiram que no formato que estavam não rendia mais lucro para eles. O que muda é o retorno pro sábado e o intervalo entre a saída dos veículos motorizados e animais e veículos de tração animal”, diz.
O animal que vai participar do evento deveria ter passado por exames e uma avaliação. Segundo a secretária, muitos produtores desavisados chegaram com os cavalos sem a devida documentação, o que não pode ocorrer.
“Estamos vivenciando algumas situações complicadas, que é aquele produtor que veio de longe, que não fez exames no cavalo, porque não sabia. Não podemos abrir exceção, porque se trata de um patrimônio do produtor rural”, explica.
Antes da saída da Cavalgada, um ato ecumênico ocorreu pelo Instituto Fé e Política, que envolve representantes de diversas religiões. “É uma forma de abençoar esse evento que faz a interação do campo pra cidade e marca a abertura oficial da Expoacre 2017”, enfatiza.
Quem participa da Cavalgada há mais de 30 anos é Dinho Ferreira, de 48. Ele disse estar contente com o novo formato do evento e acredita que a tradição vi ser resgatada. “Eu tô achando que vai voltar a Cavalgada de antigamente, porque os pecuaristas estão na pista e nos anos anteriores a gente não via mais, era só carro. Está bem mais organizada, muito legal”, diz.
Vanusa Costas, de 18 anos, marca presença no evento há cinco. A estudante diz que prefere esse novo formato e também acredita na organização mais eficaz. “A expectativa é só melhorar, tiraram as comitivas, então vai ser bem mais organizado”, acredita.
O governador do Acre, Tião Viana, enfatizou também que este ano é uma etapa de mudança e que o retorno para o sábado foi um pedido feito pelos próprios fazendeiros.
“Nós atendemos um pedido dos próprios fazendeiros, eles diziam que segunda-feira começavam com muito trabalho, então nós atendemos. Os donos das carretas disseram que não estava dando lucro, por isso, falaram que seria melhor a participação dos cavalos”, disse.
Como todo o ano, Viana disse que vai acompanhar o evento montado em uma mula. “Passo três dias me recuperando, mas vou, porque é uma homenagem ao trabalhador rural do Acre”, disse.
A ambulante Maria Silva disse que esperava mais gente. Vendendo água e refrigerante, ela diz que as vendas foram ruins e que achava que participaria mais gente. “Eu sou acostumada a vir, mas tem pouca gente. Vendi só uma água e um refrigerante. Antigamente, vinha mais gente no chão e as vendas eram melhores”, conta.
Francisca da Silva também apostou na Cavalgada para tentar vender água e se surpreendeu. “Está muito fraco, achei que ia ter mais gente, mas fui surpreendida. Vendi em torno de R$ 12”.
Trânsito
Em relação ao tráfego, a região da Gameleira foi interditada deste às 6h, conforme Eduardo Saldanha, chefe de Fiscalização da Superintendência de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans). A Via Chico Mendes também vai ficar interdita durante a Cavalgada, não sendo permitido nem mesmo estacionamento.
Saldanha orienta que os motoristas que precisarem chegar aos bairros do segundo distrito utilizem rotas alterativas, como a Rua Pereira Passos ou a Avenida Amadeo Barbosa. “Estaremos para orientar e fazer de tudo para não prejudicar nenhuma parte. É importante ter muita paciência, porque vai estar movimentado”, salientou.